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  • Foto do escritorSINTUFF

Veja os relatos da audiência com reitor sobre os temas do HUAP


No dia 31.01, o SINTUFF finalmente conseguiu uma audiência com o reitor a fim de tratar dos problemas no HUAP. Foram feitas diversas tentativas de audiência com o diretor do HUAP, mas todas negadas. Por este motivo a audiência diretamente com Antônio Claudio, pois são centenas de funcionários da UFF.

Nesta audiência o SINTUFF estava representado por companheiras lotadas no HUAP, mais a coordenadora geral, e a advogada Dalila Pinheiro. Em pauta, a diretoria do sindicato apontou as seguintes prioridades:


1. Reposição de pessoal

O SINTUFF já tem denunciado há anos a insuficiência de pessoal. Isto está levando a uma sobrecarga de trabalho gigante no HUAP. Até o ex-reitor já denunciou ao MP o fato de a EBSERH não cumprir sua obrigação contratual. Hoje, em plena pandemia, a EBSERH cancelou os contratos emergenciais. A UFF, que recentemente fez concurso, incluiu apenas 15 vagas para o HUAP, das centenas que existem.


O reitor reconhece que existem 344 servidores do HUAP que se aposentaram após 2016, ano em que a EBSERH entrou no Antonio Pedro. Segundo o reitor, a EBSERH contratou 540 profissionais. Então, por esta lógica, seria falsa a informação de que há falta de pessoal nos setores, haveria até mesmo uma sobra. Uma afirmação absurda. O SINTUFF sabe da existência de centenas de vacâncias em virtude da aposentadoria de profissionais que não foram preenchidas desde a lei EBSERH, em 2011. Ou seja, o déficit é ainda maior.

Outra falácia é juntar os dois tipos de contratação numa mesma contagem. Vagas da UFF não são da EBSERH. Convidamos o reitor a visitar cada setor de trabalho no HUAP, ver a sobrecarga pela falta de pessoal e explicar para esses trabalhadores onde foram parar as centenas de vagas de companheiras e companheiros que se aposentaram.


2. Ponto biométrico

O SINTUFF protestou contra a imposição do retorno ao ponto biométrico, instrumento que foi desativado desde o início da pandemia já que especialistas afirmam ser este um espaço de contágio enorme.


No entanto, Antonio Claudio afirma que foi inquirido pelo Ministério Público para reativar o ponto biométrico e novamente mencionou a ordem judicial. O reitor diz reconhecer que o ponto eletrônico só causa problemas e que suspendeu anteriormente por entender que o cenário pandêmico impunha essa suspensão.


Apesar destas declarações, o reitor não demonstra coragem para tomar uma atitude que impeça mais contaminações. Mesmo que a UFF esteja obrigada a exigir o uso do ponto eletrônico, a ordem judicial não fala em biometria. Esta é uma escolha da reitoria. Outros meios eletrônicos que não promovem contaminação poderiam ser adotados.


3. Insalubridade


O SINTUFF levou duas questões sobre insalubridade para a audiência. Uma é o corte do adicional em janeiro de 2019, por razões de mudança no sistema. A UFF prejudicou centenas de trabalhadores realizando cortes mesmo sem parecer pericial, algo que a lei exige. Hoje o sindicato ganhou na justiça que se pague retroativamente os meses antes dos pareceres técnicos. Este pagamento pode ser rápido se a reitoria assumir seu erro e não colocar empecilhos jurídicos, como tem feito até agora.


O reitor disse que procuraria agilizar essa questão no que dependesse da UFF. O SINTUFF estará atento a manifestação formal no processo a fim de saber se esta demanda se resolverá com celeridade ou se será apenas mais uma promessa não cumprida.


A outra questão o sindicato voltou a cobrar foi o pagamento de grau máximo do adicional durante a pandemia. Com a nova onda da covid, uma justificativa do setor de perícia facilitaria mais ainda o processo.


O SINTUFF entende que há má vontade da CASQ. Da mesma forma que autorizou grau máximo pra dezenas de pessoas no HUAP desde o início da pandemia, poderia tê-lo feito para muito mais profissionais, pois o risco segue sendo máximo e os remanejamentos são constantes devido às contaminações. Desta forma, a reitoria e a CASQ devem avançar nestes pareceres favoráveis aos trabalhadores o mais rápido possível.


Antonio Claudio criticou a legislação e disse que pedirá à CASQ um olhar diferenciado sobre os pedidos, uma revisão e atualização nos laudos na tentativa de ampliar o direito ao grau máximo no contexto da pandemia. Porém, os trabalhadores do HUAP já não creem muito em promessas assim. Afinal já são dois anos de pandemia e cobranças para que haja uma atenção especial ao HUAP que até então não foi dada.


4. Outros temas


Testagem de covid em massa, assistência médica a quem tem sintomas ou adoece, máscaras adequadas para todos e álcool gel em todos os setores, são necessidades que aparentemente a reitoria não identifica com a importância que merecem.


As companheiras dirigentes lotadas no HUAP fizeram vários e fortes relatos dos problemas de quem lida com a vida e a morte todos os dias. A insuportável carga de trabalho, o desespero de trabalhar doente, lidar com a possibilidade de levar o vírus para sua família e sequer ter o direito de ser cuidada dentro do HUAP, são algumas angústias com as quais servidoras e servidores do Antonio Pedro precisam lidar desde o início da pandemia.


Quantas pessoas mais terão que morrer? Quantas carregam sequelas e ainda assim se empenham para seguir trabalhando porque sabem que a população está carente?

Repudiamos a atitude do diretor do HUAP que sequer justificou sua ausência ou mandou representante para responder como resolverá os problemas vividos.


O reitor se comprometeu a responder por escrito as reivindicações e a manter uma frequência mensal de audiências com o SINTUFF.

O sindicato aguarda a resposta por escrito, e seguirá cobrando as questões da categoria.

Seguiremos denunciando em todos os espaços possíveis as péssimas condições de trabalho no HUAP e as consequências trágicas da entrega de nosso hospital à EBSERH.

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