Reunião setorial atrai mais de 50 servidores(as) de bibliotecas e arquivos
- SINTUFF

- 30 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de ago.

A reunião setorial de bibliotecas e arquivos, realizada nesta terça-feira (29), atraiu mais de 50 servidores(as) de diversos campi da UFF, com participação presencial na Casa do SINTUFF e ampla adesão virtual de trabalhadores(as) do interior. A atividade, convocada após solicitações da categoria, debateu problemas estruturais, precarização do trabalho e a necessidade urgente de diálogo com a Reitoria sobre os rumos dos serviços oferecidos pelas bibliotecas e arquivos da universidade.
A reunião foi iniciada com a apresentação da dinâmica dos debates e da pauta central: ampliação do horário de funcionamento sem consulta prévia, unificações de bibliotecas, falta de pessoal, condições precárias de trabalho, ausência de concursos públicos e a reivindicação por um Programa de Gestão e Desempenho (PGD) mais justo e inclusivo — com possibilidade de formato híbrido.
Um dos pontos mais recorrentes foi a crítica à forma unilateral com que decisões vêm sendo tomadas pela gestão da universidade, como a fusão de bibliotecas especializadas, o que compromete o atendimento específico e desconsidera a expertise de profissionais da área. Trabalhadores(as) argumentam que a medida, além de não resolver a falta de pessoal, pode causar isolamento, desorganização nos serviços e precisaria ser debatida de forma ampla e democrática com a categoria.
A falta de servidores(as), a sobrecarga de trabalho e a insegurança nas unidades também foram amplamente relatadas. Devido aos graves problemas de segurança no entorno do prédio em Charitas, os(as) servidores(as) do Arquivo Central cobram a transferência da unidade para outro local e inclusive já formularam uma proposta de funcionamento provisório para equacionar o problema enquanto não ocorra essa mudança. Representantes de campi do interior denunciaram casos graves, como locais sem acessibilidade, escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e precariedade na estrutura física. A insegurança, especialmente no turno da noite, foi apontada como fator de vulnerabilidade em uma área majoritariamente feminina.
Além disso, foram levantadas críticas à tentativa de estender o funcionamento das bibliotecas até as 22h e aos sábados, sem respaldo real na demanda dos usuários e sem debate com quem está diretamente envolvido na execução dos serviços.
A possível privatização de serviços universitários foi apontada como pano de fundo para decisões que esvaziam a atuação dos(as) técnicos(as). Muitos(as) participantes expressaram o receio de que a precarização e o desmonte sejam caminhos para terceirizações futuras, especialmente em um momento em que o Congresso Nacional avança com a Reforma Administrativa, ameaçando a estabilidade, a estrutura pública e os direitos dos(as) servidores(as).
Durante a reunião, as falas destacaram a importância da mobilização e da organização da categoria, inclusive com críticas à falta de representatividade e participação nos processos decisórios. Foi defendida a eleição para cargos de chefia da Superintendência de Documentação (SDC), além de maior transparência sobre o plano de reestruturação das bibliotecas.
Ao final, o SINTUFF informou que buscará audiência com a Reitoria, a SDC, a Coordenação de Bibliotecas e a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas para cobrar respostas sobre a situação do PGD, da segurança do arquivo, a infraestrutura das unidades e a urgência de novos concursos públicos. A sindicalização e a ocupação dos espaços coletivos de representação foram apontadas como fundamentais para garantir que a voz da categoria seja ouvida.
A reunião setorial mostrou, mais uma vez, que os(as) trabalhadores(as) das bibliotecas e arquivos da UFF estão organizados(as), atentos(as) e dispostos(as) a lutar por melhores condições de trabalho, valorização profissional e respeito.








Comentários