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Pressão funciona, Glauber evita cassação e mantém direitos políticos

  • Foto do escritor: SINTUFF
    SINTUFF
  • há 4 horas
  • 3 min de leitura

Glauber Braga não foi cassado. Após uma sessão marcada por forte repercussão pública e intensa disputa política, a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão de seu mandato por seis meses, frustrando a tentativa de cassação articulada pela extrema direita e por setores do centrão. O recuo se deu quando ficou claro que não havia votos suficientes para consumar a punição máxima. O placar final foi de 318 votos pela suspensão e 141 contrários.


Violência política e manobras para ocultar os fatos


A votação ocorreu no dia seguinte a uma cena que escancarou o caráter político da perseguição. Glauber, que ocupava a mesa diretora em protesto, foi cercado, empurrado e agredido por policiais legislativos. Parlamentares mulheres também foram agredidas ao tentar intervir. No mesmo momento, Hugo Motta ordenou a retirada dos jornalistas do plenário e determinou o corte da transmissão da TV Câmara. A medida impediu que a população acompanhasse a agressão, gerando imediato repúdio de entidades da imprensa. A Associação Brasileira de Imprensa anunciou que acionará Motta por crime de responsabilidade.


A postura do presidente da Câmara ganhou ainda mais gravidade quando comparada ao comportamento adotado diante da extrema direita. Em maio, quando bolsonaristas ocuparam a cadeira da presidência para pressionar pela anistia aos golpistas, Motta foi complacente. Não houve violência, expulsão da imprensa ou interrupção da transmissão. O contraste é direto e inequívoco: a brutalidade foi seletiva e dirigida justamente contra o mandato que confronta os arranjos e interesses estruturados no Congresso.


A articulação que evitou a cassação


Durante quatro horas de sessão, a extrema direita insistiu na cassação integral. Parte do centrão, porém, se dividiu, abrindo espaço para uma saída alternativa. O PSOL propôs a suspensão para preservar os direitos políticos de Glauber. Parlamentares como Kim Kataguiri admitiram que desejavam a cassação, mas reconheceram que não havia votos suficientes para alcançá-la.


Da tribuna, Glauber classificou a cassação como injusta e reforçou que suas convicções não serão cerceadas. Disse que silenciar um mandato que não se corrompeu é violência política e agradeceu à militância progressista pelo apoio.


Punição seletiva e blindagem a aliados


A suspensão aplicada a Glauber evidencia a seletividade das punições dentro do Congresso. Carla Zambelli segue com mandato preservado mesmo estando presa na Itália. Na ALERJ, Rodrigo Bacellar continua blindado diante de denúncias de ligação com o crime organizado. A mensagem é nítida: quem enfrenta privilégios é punido, quem integra os arranjos do poder é protegido.


No mesmo dia em que aprovou a suspensão, a Câmara aprovou o PL da Dosimetria, que reduz penas de Bolsonaro, dos golpistas de 8 de janeiro e até de milicianos. O projeto impede a soma de penas em crimes de tentativa de golpe e acelera progressões de regime, inclusive para crimes cometidos com violência. Trata-se de mais um movimento de autoproteção das forças políticas que sustentaram a tentativa de golpe de estado.


Mobilização nas ruas


O SINTUFF esteve no Largo da Carioca nesta quarta-feira, 10 de dezembro, participando do ato em defesa do mandato de Glauber. As violências cometidas no plenário não dizem respeito apenas a um parlamentar. São parte de uma ofensiva mais ampla contra direitos sociais, serviços públicos e contra quem representa de fato os interesses dos(as) trabalhadores(as). A luta seguirá, nas ruas e nas instituições, porque a tentativa de silenciar vozes combativas precisa ser enfrentada com organização e mobilização.


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