Por 51 votos a 16, o Conselho Universitário (CUV) aprovou a proposta da reitoria de revogar a Resolução 079/2021 que instituía a cobrança do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para circulação nos campi da UFF. A decisão favorece os indivíduos que se recusaram a contribuir para o controle da pandemia, estimula o negacionismo pregado pelo governo Bolsonaro e amplia os riscos para as pessoas mais vulneráveis à doença.
Causa estranheza o empenho súbito da reitoria em revogar uma medida de proteção à saúde da comunidade universitária, com amplo apoio na sociedade e entre os segmentos da UFF, um dia útil antes do retorno às aulas. Dessa forma, o reitor Antonio Claudio, após reeleito, volta a fazer sinalizações positivas às ideias de Bolsonaro.
É contraditório que o Conselho Universitário siga sendo virtual, se a gestão da universidade considera que não há mais riscos que demandem o uso de máscaras e a obrigatoriedade de comprovante vacinal. Também é entristecedor ver uma maioria tão ampla dentro de um ambiente universitário, que deveria ter a ciência como parâmetro, por uma proposta que joga contra a vacinação, que tem sido fundamental na mitigação dos danos causados pela pandemia. Além de tudo, há o agravante da medida ser aprovada logo após um período que houve aumento de casos e mortes pela doença. Esse era o momento de estimular a continuidade da política de vacinação e não o inverso.
A postura da reitoria não surpreende, tendo em vista que na votação que garantiu a obrigatoriedade da vacinação, a gestão operou para dificultar a aprovação da medida. Apesar da aprovação da cobrança da vacina, ela nunca foi colocada em prática de forma efetiva, já que a reitoria nunca fez nenhum controle na entrada de campi e unidades, diferente do que ocorreu em outras instituições como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), por exemplo, onde chegou a haver controle de entrada
O SINTUFF repudia a revogação da cobrança do comprovante de vacinação contra a Covid-19.
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