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Posse do reitor é marcada por falas contra golpistas e em defesa da autonomia

Atualizado: 25 de jan. de 2023


Foto: Divulgação UFF

O atual reitor Antonio Claudio da Nóbrega, reeleito em segundo turno pela comunidade universitária com 50,86% dos votos, tomou posse para um novo mandato à frente da reitoria da UFF. A cerimônia foi marcada por falas em repúdio às ações antidemocráticas de golpistas bolsonaristas, especialmente pelas entidades presentes (SINTUFF, ADUFF e DCE), que enfatizaram ainda a defesa da autonomia universitária.

A nomeação do reitor, primeiro colocado na lista tríplica, foi respeitada pelo então governo Bolsonaro que, ao longo de seus quatro anos de mandatos, nomeou 22 interventores não escolhidos democraticamente pelas comunidades das universidades e institutos federais. O fato da UFF ter empossado um reitor eleito ao invés de um reitor biônico foi destacado positivamente em diversas falas, inclusive pelos que fizeram campanha por outras candidaturas.


Entidades defendem autonomia da universidade

Diferente da posse anterior, em 2018, as entidades sindicais e estudantis tiveram igual espaço de fala na solenidade e expuseram suas posições, reivindicações e perspectivas diante do novo mandato do reitor Antonio Claudio.

Em sua fala, a coordenadora geral do SINTUFF, Bernarda Thailania, afirmou que o sindicato “preza que neste novo mandato, o reitor reeleito reestabeleça o diálogo com o segmento técnico-administrativo, o único dos três em que não logrou como o mais votado, especialmente no HUAP. Que esse resultado sirva de reflexão para que haja diálogo e negociação real sobre as nossas pautas, algo que ficou bastante falho na gestão que se encerra. Que o fim do governo Bolsonaro contribua para um ambiente mais democrático, de preservação e ampliação de direitos na UFF. Que a reitoria se some à luta das entidades por reajuste e o SINTUFF volte a ser recebido e escutado pelo reitor e pela gestão do HUAP, para que avançemos na defesa da universidade pública”.

O presidente da ADUFF, Edson Teixeira da Silva Júnior afirmou que a entidade sindical dos docentes “segue determinada na defesa radical da democracia interna da UFF, no pleno funcionamento dos conselhos superiores e ampla garantia de participação dos fóruns colegiados, assim como na luta contra o capacitismo, o assédio moral e sexual e o combate às opressões de raça, gênero e classe”. Representando o DCE-UFF, a coordenadora geral Brenda Minghelli afirmou que a luta do movimento estudantil é “pela defesa do passe livre intermunicipal e intermodal, que é uma necessidade urgente para a permanência dos estudantes na universidade. A nossa luta é pela ampliação dos espaços de moradia estudantil, é pela ampliação das vagas na graduação e na pós, é pela ampliação das políticas afirmativas. A nossa luta é pela ampliação dos bandejões. Para que essa taxa de evasão possa ser diminuída. A nossa luta é prioritariamente dentro dessa universidade em defesa da autonomia política desse corpo”, destacou a estudante de história. (Fonte: ADUFF)

As três entidades destacaram o repúdio às ações antidemocráticas de Bolsonaro e seus correligionários e a defesa do protagonismo da universidade pública, tão atacada por esse governo que se encerrou. As falas de ADUFF e SINTUFF rechaçaram os processos administrativos (PADs) do Ministério da Educação (MEC) contra conselheiros que aprovaram o reposicionamento dos aposentados em 2008 e reforçaram a cobrança pela revogação do contrato da UFF com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que gere o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP).

Em sua fala, o reitor Antonio Claudio enfatizou atuar em prol da democracia. “Como diz um ditado africano ‘se quer ir rápido vá sozinho, mas se quer ir longe vá junto’. Juntos vamos longe virar essa página e seguirmos firmes defendendo a democracia em nosso país. Repito com outras palavras para que fique bem claro: se mexer na democracia a UFF será resistência! Eu serei resistência”, afirmou o reitor recém-empossado. (Fonte: ADUFF)

O SINTUFF deseja que essa fala do reitor reeleito não seja esvaziada de sentido e a democracia na UFF seja acessível ao segmento técnico-administrativos da UFF, que possui vagas reduzidas nos conselhos superiores e pouquíssimo espaço de diálogo por parte do reitor com as representações eleitas pela categoria. Que em seu novo mandato, o reitor mude sua postura em relação ao segmento técnico-administrativo, algo que se refletiu na votação e quase impediu sua vitória eleitoral, antes dada como líquida e certa pelos atuais gestores.


Durante a cerimônia, estudante faz denúncia de assédio sexual

Uma estudante de Direito da UFF interrompeu a cerimônia para fazer uma grave denúncia de assédio sexual contra um professor da mesma unidade, por fatos que teriam ocorrido durante os anos de 2016 e 2017. Em prantos e ameaçando se automutilar com uma lâmina, a estudante acusou a reitoria de tentar engavetar o Processo Administrativo, sem dar consequência às investigações. Uma comissão de sindicância continua instaurada com a finalidade de atuar sobre o caso.

A estudante cortou a si própria, causando riscos para sua vida e saúde, mas após diálogo foi acolhida por companheiras que estavam a par do caso e presentes à solenidade, tendo a seguir recebido atendimento médico.

O SINTUFF tem ciência do caso, requer equidade e transparência nas investigações, tanto por parte da UFF quanto do poder judiciário, e manifesta toda empatia diante do sofrimento da estudante.

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