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  • Foto do escritorSINTUFF

HUAP registra 31 médicos infectados por Covid-19, aponta CREMERJ

Atualizado: 25 de jun. de 2020


Inspeção do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), realizada na segunda quinzena de maio, enterra de vez as propagandas enganosas da reitoria e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) acerca da excelência do hospital no combate à pandemia. O relato aponta que 31 médicos foram comprovadamente infectados por Covid-19 no HUAP. A vistoria apontou também que o Antonio Pedro tem ao todo 31 leitos disponíveis para tratamento do novo coronavírus, sendo 11 no setor de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), 6 na Emergência e 14 em uso no CTI Geral. Com esses dados, o HUAP atinge a marca assombrosa de um médico infectado para cada leito destinado a casos de Covid-19.

Liminar do SINTUFF salvou vidas

Reitoria e EBSERH chegaram a produzir material em vídeo de altíssima qualidade propagandeando o HUAP como referência no combate à pandemia, enquanto escondiam números de infectados entre os profissionais de saúde, não realizavam testes para todos e mantinham quantidade insuficiente de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A realidade é que o HUAP tem um número imenso de contaminados para uma capacidade de atendimento muito pequena de casos de Covid-19. Os dados do CREMERJ se referem apenas aos médicos. Se a proporção de contaminados entre profissionais de enfermagem, da área assistencial e demais setores for similar, apresenta-se um quadro gravíssimo de contaminações no HUAP.

O documento do CREMERJ aponta que 63 médicos se afastaram por autodeclaração. Portanto, dezenas de profissionais que se encaixam nos grupos de risco e altíssimo risco. A política da gestão do HUAP ao longo da pandemia foi dificultar ao máximo a liberação mediante autodeclaração, conseguida pelo sindicato por força de decisão judicial. Inclusive EBSERH e reitoria recorreram para derrubar todos os pontos da liminar, o que comprova a intenção de manter ativos profissionais que correriam seríssimo risco de vida. Considerando a taxa de letalidade no país e no estado do Rio e o número assombroso de infectados registrado entre médicos, é seguro afirmar que a liminar obtida pelo SINTUFF para liberação dos grupos de risco salvou vidas de trabalhadores do HUAP.

Estoque crítico de EPIs

A vistoria do CREMERJ constatou que os EPIs do HUAP “encontravam-se em ESTOQUE CRÍTICO para proteção aos profissionais da saúde, durante o ato médico”, concluindo não haver garantias por parte do hospital de cumprimento das recomendações de proteção à segurança e à saúde dos profissionais médicos. Isso demonstra que mesmo na linha de frente do atendimento ao Covid-19 não há uma quantidade segura de EPIs. Se no atendimento direto ao paciente há insuficiência de estoque, é presumível que falte ainda mais EPIs para o conjunto do HUAP, o que certamente contribui para o alto índice de contaminação e de óbitos entre profissionais de saúde do hospital.


Por transparência, ampla testagem e adicional de insalubridade para todos

É preciso que a EBSERH e a reitoria publiquem com regularidade e transparência as estatísticas referentes ao Covid-19 no HUAP, sem subnotificações. Os números apontados pelo CREMERJ são alarmantes. Esses dados mais que comprovam que o conjunto do HUAP hoje é um ambiente altamente insalubre. Soa bastante inverossímil que, diante de números tão categóricos, a gestão não tenha subsídios para apontar grau máximo de adicional de insalubridade a todos os trabalhadores ativos no HUAP. Além disso, reitoria e EBSERH tem por obrigação garantir testagem a todos os profissionais, de todas as áreas, sejam eles servidores do Regime Jurídico Único, trabalhadores da EBSERH, cedidos pela Prefeitura ou terceirizados, de forma a reduzir o contágio da doença.


Clique aqui e veja o documento completo emitido pelo CREMERJ.

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