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Foto do escritorSINTUFF

EBSERH fracassou no HUAP


Antonio Claudio venceu as eleições para reitor devido à maioria de votos junto a docentes e estudantes no segundo turno. Contudo, a vitória por margem apertada na contagem geral, não esconde o taxativo rechaço à atual reitoria no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP). Na urna do hospital, a chapa do atual reitor, apoiada por toda a cúpula local da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), obteve vexatórios 12% dos votos válidos entre os servidores da unidade de saúde, em uma votação com altíssimo índice de comparecimento.

A votação de Antonio Claudio foi ainda mais baixa que a do primeiro turno, quando a consequência foi a estranha carta de renúncia do superintendente Tarcísio Rivello, após 16 anos no comando do HUAP. Contudo, não houve exoneração de imediato e, em tese, o atual superintendente segue no cargo até o final do mandato vigente do reitor, sendo substituído somente após a recondução de Antonio Claudio para um novo mandato.

O anúncio da saída de Tarcísio em meio ao período eleitoral e a pífia votação da chapa do atual reitor na urna do Antonio Pedro reforçaram o fracasso da gestão da EBSERH e as denúncias sobre as mazelas que assolam o hospital. Evidentemente que uma gestão ser rechaçada de forma tão categórica pela esmagadora maioria dos servidores é comprovação absoluta de que o cenário de assédio moral, falta de condições de trabalho, desrespeito aos direitos, precariedade dos serviços e proliferação de casos de adoecimento entre os trabalhadores são a realidade inconteste do HUAP.


Eleições diretas e revogação da EBSERH na ordem do dia


Antonio Claudio segue com a caneta formal para indicar os gestores do Antonio Pedro e manter a EBSERH. No entanto, o resultado eleitoral no hospital retira qualquer condição política e moral para que o reitor indique, sem consulta democrática à comunidade, os cargos de direção do HUAP. Da mesma forma, é necessário que a gestão da UFF reconheça a vontade política geral da comunidade do Antonio Pedro pela revogação imediata do contrato da UFF com a EBSERH.

Assim como respeitamos democraticamente o resultado das eleições que reconduzem Antonio Claudio ao cargo de reitor, apesar do abuso ostensivo da máquina administrativa durante o processo eleitoral, é preciso que a reitoria reconheça seu fracasso rotundo nas políticas para o hospital, refletido na votação. O Conselho Universitário (CUV), as entidades sindicais e estudantis precisam pressionar o reitor para que convoque eleições diretas para todos os cargos de direção do HUAP, incluindo a direção geral e de Enfermagem. Além disso, a reitoria tem que abrir imediatamente o debate de revogação do contrato com a EBSERH, que descumpre inúmeras cláusulas do contrato e não tem respaldo na comunidade do HUAP para seguir gerindo a unidade.

A simples substituição de Tarcísio por outro nome que representa o mesmo modelo de gestão seria irrisória. A maior prova disso é que a votação do reitor foi ainda menor após a renúncia de Tarcísio, o que comprova ser o problema muito maior que a mera substituição de alcunhas para tocar as mesmas políticas.


Barrar a EBSERH na UFRJ

O resultado da eleição na UFF deve servir de alerta

O Conselho Universitário (CONSUNI) da UFRJ aprovou o início das negociações com a EBSERH. A proposta foi encaminhada em reunião excepcional e irregular, na qual as entidades representativas dos segmentos não foram ouvidas, e sem prévia audiência pública. Em todo o país, a empresa tem interferido intensamente nas autonomias das universidades em que está instalada, resultando em péssimas condições de trabalho, precariedade na formação acadêmica, sucateamento e redução do atendimento à população.

O resultado recente da eleição para reitor no HUAP é uma prova categórica do fracasso da EBSERH. É impraticável que um modelo de gestão rechaçado por quase 90% dos servidores públicos atuantes em uma unidade sirva de modelo para outro hospital universitário. Os órgãos colegiados e de gestão da UFRJ precisam refletir sobre o resultado da eleição da UFF e descartar a entrega do complexo hospitalar desta universidade para o controle da EBSERH.

O SINTUFF apoia e compõe o “Movimento Barrar a EBSERH na UFRJ” que defende a realização de concursos públicos, investimentos nos hospitais universitários e a revogação dos contratos com a empresa nos 40 hospitais que ela administra. A extinção da EBSERH é questão de sobrevivência para os hospitais universitários, necessária à retomada do caráter acadêmico e social dos mesmos.

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