top of page
Buscar
  • Foto do escritorSINTUFF

Condições de trabalho e infraestrutura se deterioram na UFF e no HUAP

Bloqueios orçamentários e inversões de prioridades intensificam sucateamento das instalações


Relatos de servidores(as) se acumulam em denúncia à falta de condições de trabalho e problemas de infraestrutura na UFF e no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP). Durante uma chuva em 2022, parte do teto do 6º andar do Hospital Universitário Antonio Pedro, referente ao setor de Gasoterapia, despencou. A queda do teto ocasionou vários alagamentos e infiltrações durante um longo período. Apesar de corrigido o vazamento, o gesso continua sem reparo até os dias de hoje. Podemos afirmar que não se trata de uma exceção, pois ao longo dos anos, situações similares ocorreram em várias salas e setores. O HUAP também convive com problemas de aparição de insetos, como baratas. Durante as visitas do sindicato pelo HUAP, os(as) servidores(as) relatam constantemente a escassez de materiais e questionam a qualidade dos mesmos.


As críticas feitas pela categoria apontam que a gestão do HUAP, dirigida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), prioriza obras, abastecimento e reparos onde há mais visibilidade política em detrimento de outros setores que geram menos publicidade.

 

Os problemas se aprofundam nos campi da UFF


Dos três elevadores do Bloco E do campus Gragoatá, somente um funciona precariamente e muitas vezes está paralisado por mau funcionamento e necessidade de manutenção. Servidores(as) com limitações físicas ou de saúde ficam impedidos(as) de trabalhar presencialmente  por não terem condições de subir as escadas. No mês de julho, um professor do Instituto de Letras sofreu um acidente em um dos elevadores do Bloco C. A ocorrência reacendeu a discussão sobre as condições de segurança dos elevadores do Instituto, onde dois estão inoperantes e o terceiro, em funcionamento, apresenta problemas frequentes. Em várias unidades há elevadores parados, sucateados e em mau funcionamento.


Integrantes da Comissão Interna de Supervisão (CIS), que compõem também a coordenação do SINTUFF, expuseram nos fóruns sindicais que a CIS não tem estrutura adequada para exercer suas funções. Segundo Luiz Carlos Andrade Vieira, coordenador do SINTUFF e membro da CIS, a Comissão “não tem sala para participar de reunião na reitoria e a administração não consegue a estrutura minimamente adequada para que a CIS se estabeleça”.


No campus da UFF em Petrópolis, os relatos recebidos pelo SINTUFF apontam que o prédio não possui sistema de refrigeração, assim como não há aparelhos de ar condicionado nos setores. Também há informes de infiltrações na edificação. A unidade também convive com a insegurança, pois não há quantidade suficiente de trabalhadores terceirizados da área de vigilância.


No Instituto de Educação de Angra dos Reis (IEAR) não há espaço adequado para alimentação dos(as) servidores(as) e a unidade não possui sequer um aparelho de micro-ondas para aquecer a refeição. A situação do IEAR não se trata de caso isolado. Servidores(as) apontam a existência de locais com aparelho de micro-ondas que cobram taxa para esquentar a refeição.

 

A escassez de recursos da universidade e a postura da reitoria frente à crise


A crise financeira das universidades se aprofundou nos governos Temer e Bolsonaro, com graves cortes orçamentários, e permanece no governo Lula-Alckmin, que dá continuidade à política de bloqueios dos recursos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A crise se reflete no sucateamento das instalações e na falta de condições de trabalho. O SINTUFF sempre se colocou nas trincheiras do enfrentamento à crise orçamentária e pela recomposição dos recursos, tendo como ápices das mobilizações o “tsunami” da educação em 2019 e a greve das universidades em 2024.

Enquanto o movimento sindical e o movimento estudantil da UFF têm atuado no sentido de denunciar os cortes junto à opinião pública, a reitoria sempre se manteve distanciada dessas mobilizações, cristalizada num discurso de resolver a crise com “criatividade”. A cada novo bloqueio fica evidente que a “criatividade” está longe de ser suficiente para dar conta da escassez de recursos.


Além disso, num momento de racionamento, não fica claro o que é prioritário para a gestão da UFF. As ausências do reitor e do vice-reitor na audiência sobre a crise orçamentária reforçou a sensação de falta de transparência e carência de engajamento pela recomposição das verbas.


O pouco obtido de recomposição orçamentária e promessas futuras de financiamento foi resultado direto do movimento grevista. Nesse período, a base política de sustentação da reitoria nada se esforçava pelas verbas e muito se empenhava em atacar a greve, especialmente nas sessões do Conselho Universitário (CUV).


A mudança do atual cenário de sucateamento requer mobilização política unificada dos três segmentos, que a reitoria se aproxime do movimento sindical e do movimento estudantil no processo de mobilização, transparência nas contas da UFF e prioridade para as condições de trabalho e as políticas de permanência estudantil.

Comments


bottom of page