Cinco anos da pandemia: a luta do SINTUFF contribuiu para salvar vidas
- SINTUFF
- 11 de mar.
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Atualizado: 14 de mar.

A pandemia de Covid-19 marcou um dos períodos mais desafiadores da história recente do Brasil. Com um sistema de saúde precarizado, a inexistência de vacinas no primeiro ano da crise sanitária e a falta de coordenação por parte do governo federal, o país se viu mergulhado em um cenário de caos e incerteza. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), os impactos foram profundos, exigindo medidas emergenciais para garantir a segurança da comunidade acadêmica e dos trabalhadores(as) da instituição. Nesse contexto, o SINTUFF desempenhou um papel central na defesa da vida e dos direitos da categoria, da comunidade universitária e da população.
A batalha frente ao genocídio de Bolsonaro
Desde o início da pandemia, o sindicato denunciou a postura negligente do governo federal, que minimizou os efeitos do vírus, incentivou a flexibilização precipitada das medidas de isolamento social e atrasou a aquisição de vacinas. O sindicato alertou para os riscos dessa política desastrosa, que resultou em centenas de milhares de mortes evitáveis.
O SINTUFF participou ativamente das mobilizações nacionais que exigiam mudanças na condução da crise sanitária. O sindicato esteve presente nos atos que reuniram milhares de manifestantes em defesa da vacinação em massa, da continuidade do auxílio emergencial e pelo afastamento de Jair Bolsonaro da presidência. A entidade também criticou duramente os sucessivos cortes orçamentários impostos à educação, que agravaram a precarização das condições de trabalho nas universidades.
A defesa da vida na UFF
No plano local, o SINTUFF se posicionou de forma crítica à reitoria da UFF diante de medidas que considerou inadequadas ou perigosas para a saúde dos servidores(as) e estudantes. A defesa do trabalho remoto foi um dos pontos centrais da atuação do sindicato. O SINTUFF pressionou para que a universidade adotasse essa modalidade de forma ampla e não discriminatória, garantindo que servidores(as) não fossem expostos(as) desnecessariamente ao vírus. Em casos nos quais os gestores exorbitaram na cobrança de presencialidade, o sindicato reagiu com ações no campo administrativo, político e jurídico. Uma das vitórias conquistadas foi a garantia de afastamento para trabalhadores(as) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) pertencentes a grupos de risco, obtida através de uma decisão judicial favorável.
O sindicato denunciou ainda a insistência da reitoria em excessivas medidas de controle eletrônico de frequência, mesmo em meio ao regime de trabalho remoto, apontando-as como autoritárias e desconectadas da realidade da pandemia. Além disso, criticou a convocação de peritos para atividades presenciais sem justificativa plausível, um movimento que expôs servidores(as) ao risco em um momento crítico da pandemia.
A luta do sindicato salvou vidas no HUAP
O HUAP, que se tornou um dos epicentros do combate à pandemia na região, também esteve no centro das mobilizações do SINTUFF. O sindicato cobrou ações concretas para garantir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos trabalhadores(as) da saúde, denunciando situações de escassez e negligência por parte dos gestores. Em um gesto de compromisso com a proteção da categoria e da população, doou centenas de kits de EPIs e distribuiu máscaras em diversos atos públicos. O SINTUFF protestou duramente diante das cinco mortes de trabalhadoras do HUAP em decorrência da Covid-19, algumas delas exercendo suas funções mesmo pertencendo a grupos de risco. A intervenção judicial e a ação política do sindicato contribuiu decisivamente para que o número de perdas de vida no HUAP não fosse mais alarmante e permanecesse significativamente mais baixo que em outras unidades hospitalares. Além disso, o SINTUFF lutou de forma incessante pela adoção do grau máximo de adicional de insalubridade a todos(as) servidores(as) do HUAP durante a pandemia, tendo em vista que a própria superintendência do hospital havia reconhecimento que havia contaminação cruzada e todos(as) os(as) profissionais estavam submetidos a risco, a despeito da função que exerciam ou ao local de trabalho. A pressão resultou que centenas de trabalhadores(as) fossem beneficiados, mas a reitoria não se esforçou para estender a medida para outras centenas de servidores(as), que ficaram sem a devida e merecida remuneração por trabalhar sob risco.
A luta pela vida na cidade de Niterói
Além das críticas ao governo federal e à administração da UFF, o SINTUFF também se manifestou contra a condução da pandemia pela Prefeitura de Niterói. O sindicato rechaçou as tentativas de flexibilização prematura do isolamento social, de reabertura irresponsável das escolas, promovendo atos públicos e campanhas de conscientização para alertar sobre os riscos envolvidos. Foram organizados protestos em frente ao HUAP e ações de panfletagem em locais estratégicos, como a Estação das Barcas, denunciando as consequências da flexibilização precipitada do isolamento social e cobrando maior rigor nas políticas de proteção à população e aos trabalhadores(as) da saúde.
SINTUFF marcou história de luta em defesa da vida na pandemia
Ao longo dos dois anos de crise sanitária, o SINTUFF se manteve firme na defesa da vida, do isolamento social responsável e da vacinação universal. Sua atuação combinou pressão política, mobilização social e ações concretas para proteger os(as) trabalhadores(as) da UFF e a comunidade como um todo. Em um contexto de negacionismo e ataques à educação, o sindicato reafirmou seu compromisso com a luta por direitos e pela dignidade da classe trabalhadora e da população de forma geral.
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