Em todo país, multidões protestam contra anistia e PEC da Blindagem
- SINTUFF

- 22 de set.
- 3 min de leitura

Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (21) em 33 cidades brasileiras, incluindo as principais capitais, em protestos contra a anistia a condenados pela tentativa de golpe e para barrar a PEC da Blindagem, proposta aprovada pela Câmara que dificulta a responsabilização criminal de deputados e senadores.
As manifestações responderam a esse movimento. Em Salvador, Recife, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras cidades, multidões deixaram claro que não há espaço para concessões a quem tentou impor um regime autoritário no país. No Rio, a multidão tomou conta da Praia de Copacabana. A presença de artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Djavan ajudou a dar visibilidade ao ato, mas o verdadeiro destaque foi a força das ruas em denunciar a tentativa de normalizar o golpismo.
O SINTUFF esteve presente com uma coluna que se deslocou de Niterói a Copacabana, reforçando a posição firme dos(as) servidores(as) técnico-administrativos(as) da UFF contra qualquer tipo de conciliação com a extrema-direita. Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe e organização criminosa, deve cumprir integralmente sua pena. A mesma regra vale para ex-ministros, militares, financiadores e articuladores do projeto golpista. Não há espaço para blindagem nem anistia. A força das manifestações reforçou a tendência de que Senado enterre PEC aprovada por deputados, e enfraqueceu a articulação por anistia aos golpistas.

O que está por trás da anistia e da PEC da Blindagem
A PEC da Blindagem aprovada na Câmara dos Deputados não é um detalhe técnico do funcionamento das instituições, mas sim uma manobra política que, ao exigir autorização do Congresso para abertura de processos contra deputados e senadores, abre caminho para a autoproteção e para a impunidade. Em paralelo, a defesa da anistia a Bolsonaro e seus aliados, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é parte de um movimento que visa reescrever os acontecimentos recentes, apagar a gravidade do golpe fracassado e manter intacto modus operandi criminoso da extrema-direita.
Essas iniciativas não surgem isoladas. Elas são expressão de um projeto autoritário que busca se consolidar no Brasil, combinando ataques às liberdades democráticas, blindagem para políticos corruptos e estímulo a uma narrativa de vitimização da extrema-direita. O objetivo é claro: criar as condições para que o golpismo volte a se reorganizar e se apresente novamente como alternativa política, apesar dos crimes já julgados e comprovados.
As ruas expressaram uma compreensão essencial: o risco que o país enfrenta não é apenas jurídico, mas político e histórico. A extrema-direita não se conforma com a derrota eleitoral de 2022; trabalha permanentemente para minar direitos, deslegitimar movimentos sociais e preparar terreno para novos ataques. A PEC da Blindagem e a pauta da anistia não são desvios de percurso, mas parte desse plano.
A defesa das liberdades democráticas não significa confiar nas instituições que, tantas vezes, são protagonistas na ampliação de privilégios e retiradas de direitos. Significa colocar a força do povo organizado como principal barreira contra o autoritarismo. Foi assim no domingo, e precisa ser assim a cada nova tentativa de retrocesso.
Trata-se de impedir que a extrema-direita avance sobre a vida concreta do povo trabalhador, impondo retrocessos sociais, políticos e econômicos. A luta contra o golpismo é, portanto, também a luta em defesa dos direitos conquistados e contra o projeto de país que Bolsonaro e seus aliados ainda tentam impor.
O SINTUFF seguirá mobilizado, lado a lado com trabalhadores(as), estudantes e movimentos populares, afirmando que o futuro não será construído sobre a impunidade dos que atentaram contra o país e sua classe trabalhadora. O caminho é o enfrentamento direto ao golpismo e à extrema-direita, para que não haja brechas para novos ataques.








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