No dia 9 de julho, um professor do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF) sofreu um acidente em um dos elevadores do Bloco C, no Campus Gragoatá, em Niterói. Segundo relatos que circulam nas redes sociais, o docente sofreu apenas lesões leves, mas a intensidade do acidente sugere que algo mais grave poderia ter acontecido. A ocorrência reacendeu a discussão sobre as condições de segurança dos elevadores nos blocos B e C do Instituto, onde dois estão inoperantes e o terceiro, em funcionamento, apresenta problemas frequentes.
A direção do Instituto de Letras ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acidente. No entanto, mensagens compartilhadas entre alunos indicam que a direção teria discordado da interdição dos elevadores e da notificação do ocorrido à comunidade acadêmica, posição esta que era defendida no colegiado da unidade.
O Centro Acadêmico de Letras (CAL) informou ter procurado a reitoria para cobrar soluções para o problema. A gestão do CAL se propôs a acompanhar a vistoria dos elevadores e afirmou ter recebido da reitoria o compromisso de reforma do Bloco B e troca dos elevadores. Apesar da iniciativa, o CAL recebeu críticas nas redes sociais por não convocar protestos estudantis diante do ocorrido, nem tecerem críticas à direção do Instituto e "à política de precarização imposta pelo reitor Antônio Cláudio e pelos cortes nos orçamentos, piorados pelo Arcabouço Fiscal do governo Lula".
O acidente e a falta de informações oficiais geraram insatisfação entre estudantes, técnico-adm. e docentes, que cobram medidas efetivas para garantir a segurança no campus. Essa não é a primeira vez que ocorrem acidentes e mau funcionamento dos elevadores, em situação de perigo à comunidade universitária. Em março de 2022, um acidente com um dos elevadores do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) ameaçou a integridade física de duas médicas que estavam no aparelho.
Apesar do fato ter ocorrido no Instituto de Letras, o cenário de contingenciamento orçamentário afeta toda a universidade e, por consequência, há risco de existirem outros elevadores na mesma condição em outros prédios. Em várias unidades há elevadores parados, sucateados e em mau funcionamento. A reitoria precisa se pronunciar de forma ampla sobre o tema, com uma abrangente vistoria dos elevadores em todos os campi e unidades, não resumindo o problema a uma substituição dos elevadores do Bloco C. Antes que ocorra uma tragédia.
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