O Comando Local de Greve (CLG) do SINTUFF participou, na manhã desta quinta-feira (21), de nova audiência convocada pela reitoria para debater sobre os serviços essenciais. Os consensos estabelecidos entre a gestão da UFF e os grevistas foram registrados em ata. Até o momento, houve bastante diálogo entre as partes e a ampla maioria das demandas apresentadas pela gestão da universidade tem sido contemplada, em parte ou na totalidade.
O maior impasse se dá a respeito do Restaurante Universitário (RU), que a reitoria insiste incluir no rol de serviços essenciais, por se tratar de alimentação. O entendimento apresentado pelo CLG foi que, apesar de compreender ser um tema sensível, o fornecimento de alimentação não é uma atividade-fim da universidade e o fechamento do RU não incide em prejuízo irreversível ao funcionamento da UFF. Não há bandejão em todas as universidades, nem em todos os campi, o que comprova não se tratar de atividade essencial das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Segundo servidoras do setor, atualmente, o Restaurante Universitário – a despeito de qualquer período de greve – produz e distribui uma quantidade de refeições significativamente superior à sua capacidade efetiva, tanto em força de trabalho, quanto em equipamentos.
Em audiência anterior, o CLG assegurou, em conformidade com servidoras e servidores do setor, o fornecimento de refeições para a moradia universitária. O Comando manifestou-se aberto ao diálogo sobre alternativas para buscar um consenso. Para tanto, haverá nova reunião envolvendo servidores do setor, CLG e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES), em data a definir. Há histórico de outras universidades onde, em greves anteriores e na ausência de RU aberto, a reitoria providenciou fornecimento de quentinhas a estudantes, garantindo alimentação ao menos aos que têm maior vulnerabilidade econômica. O CLG do SINTUFF busca, através do diálogo com a reitoria, minimizar impactos desde que seja garantido o real exercício de greve a servidoras e servidores do RU. Estudantes, suas representações políticas (DCE-UFF, CAs e DAs) e coletivos estudantis têm manifestado apoio à greve, compreensão ao fechamento dos serviços e buscado junto aos gestores soluções que respeitem o direito de greve.
Confira a ata assinada por reitoria e Comando Local de Greve (CLG):
Clique abaixo para ver o documento em pdf
“Aos vinte e um dias do mês de março do ano de dois mil e vinte e quatro, reúnem-se, nas dependências da Reitoria da Universidade Federal Fluminense, representantes do Sindicato/comando de greve dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (SINTUFF), do comando de greve e da administração da universidade. Durante a reunião foram discutidos os seguintes pontos de pauta: 1 Retorno da Assembleia sobre a contraproposta da administração para funcionamento parcial do restaurante universitário, respeitado o direito de greve; 2 Realização de exames admissionais (admissões dos novos servidores); 3 Informação sobre o quantitativo de Servidores em Greve.
Como resultado da reunião, foram definidos os seguintes encaminhamentos:
1. Retorno da Assembleia sobre a contraproposta da administração para funcionamento parcial do restaurante universitário, respeitado o direito de greve; Será realizada reunião com a pró-reitora e os servidores do restaurante universitário, em data a ser definida.
2. Realização de exames admissionais (admissões dos novos servidores) — mantido através de escala de trabalho.
3. Informação sobre o quantitativo de Servidores em Greve — comando de greve considera que não é sua atribuição informar o quantitativo de servidores em greve, ficando essa responsabilidade a cargo da PROGEPE.
Além dessas questões, foram discutidas também:
Reavaliação dos editais de apoio PROAS — será realizada nova reunião com setor/pró-reitora para reconsideração, ou não, para manutenção do funcionamento das bolsas emergenciais.
Atendimento psicológico dos alunos — foi esclarecido que novos atendimentos não serão realizados, sendo preservados os que já estão em andamento.
Editais de projetos, monitoria — serão avaliados com setores a continuidade dos editais será marcada uma reunião do comando de greve com o setor.
Serviços essenciais — Avaliação sobre outros serviços essenciais a pedido das unidades (farmácia universitária, hospital veterinário, clinica odontológica), com ajuste de escala para atendimento de serviços essenciais. A farmácia universitária lá está funcionamento mediante escala, e os demais serão objeto de reunião setorial com os servidores e o comando de greve.
Afastamento de servidores no país e exterior — sindicato/comando de greve irá marcar reunião com DACQ.
Ajuste Curricular sindicato/comando de greve sugere que cada coordenador assuma a tarefa de realizar o ajuste.
Proposta de incluir a Divisão de Enfermagem — será incluída na reunião com HUAP agendada para segunda-feira (25/03) às 14h.
Registro de frequência e atividades — Em atendimento ao processo judicial, será mantido os sistemas de frequência e atividades. Os servidores que não aderirem à greve farão o registro normalmente, e os que aderirem, mesmo que mantendo escala em serviço essencial, não registrarão frequência e atividade. As atividades represadas serão colocadas em dia ao término da greve. Foi deliberado que não haverá encaminhamento de falta.
Atividades Essenciais em trabalho remoto — atividades essenciais mantidas durante a greve e que possam ser realizadas em trabalho remoto, que sejam executadas dessa forma.
COLUNI/Protocolo — serão realizadas reuniões setoriais entre o comando de greve e os servidores desses locais para deliberar sobre a forma de funcionamento e manutenção de serviços essenciais.”
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