Um ato público percorreu ruas do Centro do Rio, da Candelária ao Consulado dos EUA, na quinta-feira (9/11), em repúdio ao genocídio promovido pelo Estado de Israel contra o povo palestino sitiado na Faixa de Gaza. Manifestantes exigiam ainda que o governo Lula rompa relações diplomáticas com o Estado de Israel. O ato contou com a presença de associações, sindicatos, partidos políticos, ativistas pró-Palestina e judeus antissionistas. A manifestação foi convocada pelo Comitê em Defesa da Luta do Povo Palestino no Rio de Janeiro. O SINTUFF participou da manifestação.
Crimes de guerra em Gaza: blecaute na comunicação, 70% sem acesso à água e invasão de hospital
Fonte: CSP-Conlutas
O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras (UNWRA), Philippe Lazzarini, alertou em rede social nesta quarta-feira (15) que cerca de 70% da população em Gaza não terá acesso à água limpa até o final do dia. A UNWRA informa da proximidade de um colapso na região. Lazzani abordou sobre a impotência da ajuda devido à falta de combustíveis. “Ter combustível apenas para caminhões não salvará mais vidas. Esperar mais custará vidas”, escreveu.
De acordo com a CNN, após os serviços básicos pararem de funcionar, a agência está abrigando cerca de 780 mil pessoas em mais de 150 instalações superlotadas. Dos 102 trabalhadores humanitários da UNRWA, 27 foram mortos nos ataques e outros ficaram feridos.
O caos está instalado na região. Hospitais bombardeados, serviços que dependem de energia desligados, falta de água e comida. Não há comunicação dos palestinos de Gaza. A crise humanitária é cada vez maior. A Faixa de Gaza, além de densamente povoada, enfrenta altos níveis de pobreza.
A situação catastrófica está provocando deslocamento de centenas de milhares de pessoas do norte para o sul de Gaza, remetendo ao ano de 1948, quando aconteceu a Nakba (catástrofe palestina). Mais de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas.
O cruel ataque a Al-Shifa
O ataque ao maior hospital da Faixa de Gaza, Al-Shifa, na quarta-feira (15/11), contou com bombas de gás lacrimogênio e reforçou aos olhos do mundo os horríveis crimes de guerra cometidos pelo Estado de Israel contra a Palestina.
O Al-Shifa tem capacidade para 700 leitos e é composto por cinco edifícios principais. Além disso, está sendo utilizado como abrigo para moradores do norte de Gaza, justamente porque deveria ser um local livre de ataques.
Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o hospital teria sofrido vários ataques nos últimos dias, e já havia deixado mortos e feridos. A organização chegou a anunciar, em 13 de novembro, que o Al-Shifa era quase um cemitério, com corpos amontoados dentro e ao redor do hospital.
Dos 36 bebês prematuros internados, três já morreram após o último ataque. Os médicos pedem pela retirada dos bebês, pois correm risco de contaminações, germes e morte por infecções. O argumento para o ataque militar ao hospital foi a suposta presença de integrantes do Hamas no local, o que não foi comprovado e, mesmo se o fosse, não justificaria tamanho crime cometido.
Sim, é genocídio e limpeza étnica o que o sionista Benjamin Netanyahu quer impor ao povo palestino. Extremistas que apoiam o governo israelense falam em impor uma nova Nakba aos palestinos. O ministro do Patrimônio, o sionista Amichay Eliyahu, chegou a falar numa estação de rádio que o uso de armas nucleares seria um caminho para atacar Gaza.
É urgente que governo Lula rompa com Israel
A secretária da juventude da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Maynara Nafe, denunciou na Câmara Legislativa do Distrito Federal, no início do mês, a situação crítica pela qual passa o povo palestino, e clamou: “Não se calem diante do genocídio do meu povo”.
A CSP-Conlutas reforça a necessidade da defesa do povo palestino e exige que diante de tantos crimes de guerra o governo Lula rompa imediatamente politica e economicamente com o governo sionista de Netanyahu.
As centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos devem se dedicar à construção de atos cada vez maiores para pressionar Lula a essas ações concretas contra o estado de Israel, e que impulsionem a mobilização mundial, única forma de deter os planos genocidas de Israel e do imperialismo na Palestina ocupada.
Comments