Governo Lula saúda Reforma Administrativa em "diálogo" com "Centrão" e extrema direita
- SINTUFF
- 29 de mai.
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Atualizado: há 3 dias

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, publicou vídeo em que saúda a criação do Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados. O GT é composto por parlamentares do chamado "Centrão", como Pedro Paulo (PSD-RJ), e da extrema direita, como Zé Trovão (PL-SC), ambos alinhados a propostas que fragilizam profundamente os serviços públicos no país.
A Reforma Administrativa que vem sendo impulsionada por esses setores tem como eixos o fim da estabilidade, a desestruturação das carreiras, o avanço da terceirização e da privatização, além da substituição de servidores(as) concursados(as) por apadrinhados. Trata-se de um projeto que altera de forma estrutural o papel do Estado e os direitos dos(as) servidores(as), com o objetivo maior de enfraquecer e desmontar os serviços públicos em benefício de interesses privados.
Essa reforma é justificada por um discurso fictício sobre um suposto inchaço da máquina pública, especialmente nas áreas sociais. Trata-se de uma falácia. O que se observa, na realidade, é a escassez de orçamento e de profissionais de saúde, professores(as), técnicos(as) e servidores(as) das mais diversas áreas nas instituições públicas, como hospitais, universidades e institutos federais, o que compromete gravemente o atendimento à população.
É lamentável e causa profunda preocupação que o governo Lula, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, esteja articulando esse debate com os mesmos setores que, durante o governo Bolsonaro, defenderam abertamente a PEC 32.
O SINTUFF manifesta seu repúdio a qualquer iniciativa que retome ou reformule os pilares da PEC 32, sustentada por narrativas distorcidas sobre o tamanho do Estado. O que precisamos é fortalecimento dos serviços públicos, valorização das carreiras, ingresso por concurso, estabilidade funcional e condições de trabalho dignas.
O sindicato exige que o governo Lula recue de qualquer tentativa de construir uma reforma com base nas pautas do Centrão e da extrema direita. O caminho para melhorias no serviço público deve ser construído com diálogo transparente com os(as) servidores(as) e a população, não com acordos que colocam em risco direitos históricos e a qualidade dos serviços prestados.
Diante desse cenário, torna-se ainda mais urgente intensificar a mobilização contra a Reforma Administrativa. É fundamental que as entidades representativas, os movimentos sociais e as categorias do funcionalismo unifiquem forças para barrar esse projeto. A defesa do serviço público exige organização, pressão e luta permanente.
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