Seminário mobiliza aposentados(as) e pensionistas por qualidade de vida e direitos

Participantes do Seminário posam com o Jornal SINTUFF em mãos

O VI Seminário de Aposentados e Pensionistas lotou a Casa do SINTUFF na sexta-feira (5), com o tema “Saúde para viver e lutar pelos seus direitos”. O evento reuniu palestras, atividades físicas, debates e momentos de confraternização, reforçando o compromisso do sindicato com a qualidade de vida e a organização coletiva.

Abertura com reflexão sobre envelhecimento

A manhã começou com a palestra “Particularidades do Processo de Envelhecimento”, ministrada pela Profa. Dra. Vilma Duarte Câmara, neurologista e geriatra, professora emérita aposentada da UFF e acadêmica emérita da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.

Vilma ressaltou que “o envelhecimento é um fenômeno universal dos seres vivos. Se você não envelheceu, morreu” e diferenciou cescência (envelhecimento natural) de senilidade (envelhecimento associado a doenças). Ela enfatizou a importância da capacidade funcional para manter independência e autonomia: “Você pode estar na cadeira de rodas, mas decidir sua vida. Temos que lutar pela nossa independência e autonomia”.

A médica também criticou o preconceito contra idosos(as) e defendeu participação ativa em conselhos e fóruns: “Onde tem velho tem que ter assento no Conselho”.

Envelhecer com saúde é possível

Na sequência, a fisioterapeuta Profa. Kátia Pedreira Dias, especialista em reabilitação cardiovascular, geriatria e gerontologia, apresentou a palestra “Envelhecer com saúde é possível?”.

Ela iniciou lembrando que saúde é resultado de vários fatores combinados — alimentação, sono, atividade física, estímulo mental e equilíbrio emocional. “Não é só tratar doença. É prevenir, cuidar do corpo e da mente, respeitar nossos limites e, ao mesmo tempo, manter a autonomia”, destacou.

Kátia alertou que a perda de força e de equilíbrio pode começar de forma silenciosa e comprometer a independência: “Se você não se mexe, o corpo se adapta à inatividade. E isso vale para o físico e para o cognitivo”.A fisioterapeuta apresentou orientações práticas para reduzir riscos de quedas e preservar a mobilidade: manter exercícios regulares, evitar ambientes perigosos (como casas com tapetes soltos), adaptar utensílios domésticos e manter consultas médicas e exames em dia.

Ela também defendeu o fortalecimento de programas coletivos de saúde: “O envelhecimento saudável precisa de política pública, mas também da nossa atitude diária. O movimento é a chave para a longevidade com qualidade”.

Atividade funcional e qualidade de vida

À tarde, o Prof. Dr. Jonas Gurgel, coordenador do Programa de Extensão Prev-Quedas (Instituto de Educação Física/UFF), apresentou o histórico e as conquistas do projeto, criado há mais de 20 anos. Jonas ressaltou a reserva de 5% das vagas do programa para servidores(as) da UFF, ativos ou aposentados(as), e convidou os(as) presentes a conhecerem as oficinas oferecidas.

A Profa. Ma. Milenna Nascimento, residente do Prev-Quedas, detalhou as etapas do processo de ingresso e os tipos de atividades: avaliações médica e física, oficinas de hidroginástica, musculação, ginástica e exercícios cognitivos. Entre os exemplos, ela citou uma dinâmica em que os(as) participantes precisavam resolver contas simples de soma ou subtração durante o exercício físico e se deslocar para um lado ou outro, conforme o resultado fosse par ou ímpar. “Parece fácil, mas na hora exige atenção, audição e raciocínio. Precisamos estimular o que não usamos para não cair no desuso”, explicou. A palestra se encerrou com atividade física coordenada pela professora junto a aposentados(as) e pensionistas presentes.

Encaminhamentos políticos e confraternização

O Seminário contou ainda com encaminhamentos políticos e a celebração dos(as) aniversariantes do mês, encerrando o encontro com clima de união e fortalecimento da luta por direitos.

O SINTUFF reafirma que a defesa da saúde dos(as) aposentados(as) e pensionistas é inseparável da luta por políticas públicas, valorização do serviço público e garantia de condições dignas de vida em todas as idades.