Repúdio aos feminicídios no CEFET-RJ e urgência no enfrentamento à misoginia e à violência de gênero

O SINTUFF manifesta profundo pesar e absoluta indignação diante do feminicídio que vitimou as servidoras Allane de Souza Pedrotti Matos e Layse Costa Pinheiro, trabalhadoras do CEFET-RJ/Maracanã assassinadas por um colega de trabalho que não aceitava ser chefiado por mulheres. O crime expõe a expressão mais extrema do machismo estrutural e da violência de gênero em nossa sociedade, que atravessam o Estado brasileiro e suas instituições públicas.

Essa tragédia não é um fato isolado. Ela ocorre em meio ao avanço de ideologias misóginas e de movimentos organizados que disseminam ódio contra mulheres, como os grupos conhecidos como red pill e correntes digitais de masculinismo tóxico que reforçam a lógica de dominação patriarcal. A propagação desses discursos, que banalizam a violência, atacam a autonomia feminina e incentivam comportamentos de intimidação e submissão, precisa ser enfrentada com políticas públicas rigorosas, responsabilização criminal e mecanismos eficazes de prevenção e fiscalização. Não se trata apenas de um fenômeno cultural, mas de um problema de segurança pública que produz vítimas.

O cenário fica ainda mais grave diante da precarização das condições de trabalho, do esgarçamento das relações sociais, da expansão da cultura armamentista e da insuficiência de políticas de saúde mental e proteção institucional. Esses elementos aumentam vulnerabilidades e criam ambientes onde comportamentos violentos podem escalar sem controle, colocando em risco servidoras(es), estudantes e toda a comunidade acadêmica.

O feminicídio revela uma estrutura que tenta silenciar mulheres, desqualificar lideranças femininas e naturalizar desigualdades. É inaceitável que espaços de ensino, pesquisa, extensão e trabalho, que deveriam ser territórios de emancipação e desenvolvimento humano, tornem-se locais marcados pelo medo e pela violência.

O SINTUFF se solidariza irrestritamente às famílias, amigas e amigos de Allane e Layse, bem como às trabalhadoras(es), docentes, técnicas(os) e estudantes do CEFET-RJ.

Basta de machismo, misoginia e femicídios!

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil