A condução do processo eleitoral pelo reitor e sua base de apoio do Conselho Universitário (CUV) tem ocorrido de forma atropelada e antidemocrática, com objetivo de acelerar desnecessariamente o calendário eleitoral e manter o pleito sob controle da atual gestão.
Apesar da UFF ter até o dia até 30 de setembro para enviar os nomes da lista tríplice para nomeação do próximo reitor, a reitoria e seus aliados desejam realizar a consulta eleitoral em um curto espaço de tempo. Sob o insustentável argumento de cumprimento de prazos, o reitor e seus aliados manifestaram o desejo de marcar as eleições para o final de abril, com menos de um mês de semestre letivo e do retorno presencial das aulas.
Para controlar politicamente a eleição, os aliados da reitoria aprovaram no CUV que a condução do pleito será feito pela quase desconhecida Associação Fluminense de Letras (AFL), entidade pela qual o reitor Antonio Claudio recebeu em homenagem o título de Acadêmico Honorário. A AFL tem laços estreitos com a atual gestão, o que a descredencia como instância imparcial no processo.
A reitoria e sua base de apoio descartaram a formação de uma comissão paritária dos três segmentos, assim como que fossem convidadas entidades internas da UFF ou de grande reconhecimento na cidade e sem vínculos com a atual administração. Da mesma forma, a reitoria impediu de forma veemente que o CUV indicasse as datas da eleição, garantindo o controle absoluto de todo o processo para a AFL. Várias insituições de ensino superior realizam o debate sobre o calendário e as normas das eleições para reitor em seus conselhos superiores, sem prejuízo para o andamento do processo e a manutenção da paridade entre os segmentos, alegação que o reitor utilizou para obstruir o debate sobre as datas.
O curto calendário que tende a ser encaminhamento para o processo eleitoral, além da pressa completamente desncessária, dificulta a participação da comunidade universitária, que se encontrará em retorno presencial débil após mais de dois anos de pandemia. Da mesma forma, a aceleração do calendário eleitoral atrapalha o processo democrático de formação das chapas.
Para um processo eleitoral amplamente democrático, com isonomia entre os diversos setores políticos que participarão da eleição e amplo debate programático, o SINTUFF defende que os dois turnos da eleição aconteçam no mês de junho, três meses antes do prazo para o envio da lista tríplice. Defendemos sobretudo a garantia da paridade entre os três segmentos tanto na votação quanto na Comissão Eleitoral que conduzirá o pleito. Todos esses fatores essenciais para um processo eleitoral limpo e idôneo estão ameaçados pela condução antidemocrática impulsionada pela atual gestão.
A Assembleia (3/3) encaminhou que as eleições para reitoria constarão da pauta da próxima assembleia (30/3), que será realizada de forma presencial. Foi encaminhado ainda por esse espaço deliberativo a realização de reuniões setoriais com a categoria para debater o processo eleitoral de sufrágio para a próxima gestão da UFF.
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