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  • Foto do escritorSINTUFF

Não ao "novo normal" que flexibiliza o isolamento social em Niterói

Atualizado: 25 de jun. de 2020


Nos causa surpresa que, poucos dias após a decretação das medidas de restrição de circulação, a Prefeitura de Niterói anuncie a partir da próxima quinta-feira (21/5) a flexibilização do isolamento social. O Estado do Rio de Janeiro apresenta um dos piores cenários da pandemia no país, com a maior taxa de ocupação de leitos e Niterói encontra-se na Região Metropolitana. Além disso, a pandemia no Rio e no Brasil encontra-se em franco avanço, o que contradiz totalmente qualquer medida para afrouxar o distanciamento.

Apesar de Niterói ter estatísticas melhores que as da capital e das maiores cidades da Baixada Fluminense, isso não significa que esses números sejam baixos ou satisfatórios. Ao contrário, os dados em Niterói são bastantes altos e graves. Municípios próximos em colapso não deveriam ser parâmetro para comparação, pois nivelam as necessárias medidas por baixo. Todos os especialistas apontam que o lockdown segue absolutamente necessário, imprescindível e indicam que o governo do Estado e as prefeituras deveriam ter adotado a medida muito antes.

Em um cenário desses, onde urge que o governo estadual intensifique o isolamento social, no qual os especialistas das renomadas UFRJ e Fiocruz defendem um lockdown radical para conter a doença, quais são os motivos para o prefeito Rodrigo Neves flexibilizar a quarentena? A quem interessa essa política? É uma concessão à minoria raivosa de bolsonaristas e comerciantes gananciosos que sabotam deliberadamente o distanciamento?

Não basta convocar aplausos aos profissionais dos serviços essenciais e não se manter firme nas medidas de contenção para impedir o colapso da saúde pública e destes serviços. A política do “novo normal” é um erro e não condiz com a realidade sanitária de Niterói, do estado do Rio e do país. As políticas apontadas pelo prefeito são regressivas em relação ao momento anterior das medidas de restrição de circulação, inclusive apontando a abertura gradual do comércio, em um momento que o país registrou 1.179 mortes em um único dia. Por mais que os números em Niterói sejam menos graves que os de outras grandes cidades da região metropolitana, é absolutamente inverossímil que haja achatamento da curva de contaminação na cidade capaz de justificar um afrouxamento das medidas de restrição. No começo do mês de maio, Niterói registrava 27 mortes. O prefeito Rodrigo Neves, durante a live da prefeitura (19), anunciou que atualmente são 78 mortes registradas. As mortes em Niterói quase triplicaram em menos de três semanas, o que refuta qualquer hipótese de que haja um achatamento condizente com as políticas de flexibilização da quarentena previstas no “novo normal”.

Exigimos a continuidade das medidas de restrição de circulação enquanto não houver achatamento significativo e comprovado da curva de mortos e infectados na região metropolitana do Rio de Janeiro. Além disso, é essencial que a prefeitura amplie seus mecanismos de ajuda social à população e aos mais vulneráveis, tais como renda mínima de um salário mínimo, distribuição de cestas básicas, materiais de prevenção, entre outras medidas, de forma a garantir uma quarentena geral para todas e todos.

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