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IX CONSINTUFF: Tese em Defesa da Democracia

Conjuntura Internacional:

Uma nova realidade geopolítica.


A tentativa da OTAN, liderada pelos EEUU, de provocar uma revolução colorida na Rússia não obteve resultado desejado. Ao manter a escalada de conflitos com países que contestam o poder hegemônico dos EEUU, em especial a China e a Rússia, a OTAN decidiu desgastar a Rússia provocando conflito na Ucrânia. Para isso incentivou a revolta da Praça Maidan, uma revolução colorida, permitindo a ascensão dos nazistas ucranianos ao poder. O extermínio contínuo do povo de fala russa na região do Donbas, o desrespeito aos acordos de paz realizados na cidade de Minsk, acrescida com a concentração de tropas ucranianas na fronteira com as repúblicas separatistas ensejou a ação militar russa. Ação essa não somente para a preservação da vida da população conflagrada como, também, de defesa das suas fronteiras.


Com as sanções impostas à Rússia assim como a tentativa de proibição de comércio com outros países levou a desestruturação das cadeias produtivas e de suprimentos, que já estavam abaladas pela pandemia do Covid19. Como consequência houve a queda na produção dos países da União Europeia assim como a perda de poder aquisitivo desses povos. Frente às novas sanções, vários países aceleraram a criação de novas alianças comerciais estratégicas para recompor e desenvolver suas economias.


Frente à nova realidade vários países passaram a contestar o poder hegemônico dos EEUU iniciando um novo ciclo geopolítico, da multipolaridade com base em acordos e leis internacionais aceitas por todos. Contestam a manutenção das cadeias globais de produção onde cada país se especializava em alguns ramos de produção para estabelecer cadeias de produção nacionais mantendo sua independência econômica. Um mundo que não se submete mais às regras definidas pelo hegemon (EEUU) que se modificam segundo seus interesses.


Essa nova realidade geopolítica também afetou ao Brasil na medida em que somos grandes importadores de fertilizantes, principalmente pela paralisação dessa indústria no governo Bolsonaro, assim com exportadores de commodities para a Rússia, China e diversos outros países que não se alinham aos EEUU.


Conjuntura nacional

Do golpe de 2016 à eleição de Lula em 2022


A operação Lava Jato apoiada pelos partidos de direita, pela grande mídia, pela grande burguesia e pelo poder judiciário, através do argumento do combate à corrupção, teve por objetivo principal impedir a eleição do Lula à presidência em 2018, franco favorito naquele momento.

Assim como destruir a indústria do petróleo e gás, a indústria naval, além das grandes empresas de engenharia pesada que disputavam o mercado internacional. Para isso o primeiro passo foi depor a presidenta Dilma através de golpe jurídico-parlamentar-midiático de2016

ferindo a Constituição de 1988, atacando o Estado Democrático de Direito com a prisão e interdição da candidatura de Lula à presidência, garantindo assim a vitória de Bolsonaro em 2018.


Avaliamos desde o início que a Lava Jato não iria acabar com a corrupção no Bradil. Também avaliamos que o movimento neofascista estava sendo fortalecido com tais medidas. Enquanto outras correntes negavam o surgimento desse movimento, qualificando-o como simples movimento da direita. Olhando retrospectivamente afirmamos que estávamos corretos. Não era um simples movimento de direita, mas sim de extrema direita, influenciado por movimentos supremacistas brancos e movimentos de ideologia fascista que disseminam fakenews nas redes sociais, conseguindo apoio popular.


Ao não conseguirmos derrotar a extrema direita nas eleições de 2018, suportamos a quebra da economia nacional, com aumento da fome e miséria entre os trabalhadores, a precarização do trabalho e aumento da corrupção no Estado.


Desde o governo Temer a política entreguista inicia seus passos com amplo apoio parlamentar e popular. A população se deixou levar por pautas moralistas ao não compreender os objetivos que estavam por trás, como, por exemplo, a Lei do Teto de Gastos que limitava os investimentos públicos ao passo que aumentava a dívida pública favorecendo o capital rentista, bancário.


As eleições de 2018 consagraram ampla maioria a essa nova direita e extrema direita possibilitando a aprovação de diversas leis que retiraram benefícios trabalhistas, previdenciários, reduziram gastos com educação, saúde e assistência social. Bolsonaro, que nunca teve a mínima capacidade de liderança sobre os políticos, termina por ceder o poder ao congresso que por sua vez passa a ser exercido pelos parlamentares mais corruptos. Instituem o orçamento secreto, que são as emendas do relator, favorecendo suas bases políticas e possibilitando o maior desvio de recursos públicos já ocorridos no Brasil.


Finalmente, agora, em 2022 conseguimos eleger um presidente que declara seu compromisso com a classe trabalhadora. Entretanto a extrema direita tenta levar o país ao caos institucional clamando por intervenção militar. Apesar de muitos acharem que não existem condições de golpe, recentemente o General Villas Bôas insufla os atos golpistas que são financiados por parte da burguesia que apoiou Bolsonaro. Portanto uma das nossas prioridades é garantir a posse do presidente Lula.


Nossa vitória sobre a direita só foi possível através da formação de uma frente ampla de partidos que cobrarão a fatura em breve. Esse governo será um governo onde a classe trabalhadora deverá manter sua independência de classe e pressionar o executivo e o legislativo sabendo das limitações impostas. Note que a maioria das duas casas do congresso é formada por partidos da direita e extrema direita. Para aprovarmos uma proposta de emenda constitucional, como a revogação do teto de gastos, é necessária a aprovação de 3/5 de cada casa em duas votações. Para tal, não temos os votos necessários considerando os parlamentares progressistas.


Conforme declaração do relator do orçamento, senador Marcelo Castro, está sendo costurada uma proposta para liberar o teto de gastos para implementação do programa Bolsa Família, para reduzir a fome e a miséria, assim como recomposição do orçamento para saúde e educação.


Desafios do sindicalismo nessa nova conjuntura.


Em primeiro lugar devemos destacar a necessidade da separação entre organizações sociais, sindicais e o Estado. Para mantermos a independência de classe nossas organizações sindicais devem manter suas autonomias, definindo seus objetivos de forma independente. Isso não quer dizer que nos isolaremos do processo de disputa política, pelo contrário faremos nossas lutas construindo alianças que nos permitam alcançar nossos interesses. Alguns interesses de classe necessariamente passarão pelo congresso na medida em que necessitaremos aprovar legislações que nos assegurem direitos no plano formal. Por isso as interlocuções com partidos e políticos progressistas se tornam necessárias, pois nessas relações se estabelecem pressões positivas para o movimento.


Por outro lado teremos de reconhecer que a formação de uma frente ampla, necessária para impedir a continuidade de políticas entreguistas e o desmonte do Estado, reduz nossa capacidade reivindicativa. Todas as forças que compuseram o governo pressionarão as estruturas políticas e jurídicas em defesa dos seus interesses particulares. Assim teremos necessidade de construir alianças entre a classe trabalhadora através das nossas entidades sindicais e populares para garantir pressão suficiente em nosso favor.


Outro desafio será impedir o declínio da representação sindical, considerando que as organizações sindicais vêm perdendo representatividade ano a ano. Os novos trabalhadores, influenciados pela mídia neoliberal, acreditam que podem superar suas dificuldades de forma isolada. Portanto é necessário abrir as estruturas sindicais para permitir maior participação dos trabalhadores na base. Para isso é necessário horizontalizar as estruturas sindicais para através do debate franco e honesto os novos trabalhadores se sintam donos do futuro coletivo que a luta de classes nos impõe. De forma objetiva, teremos que criar uma mídia sindical que permita o debate coletivo dando condições a todos os grupos sindicais de expressarem suas propostas. Necessidade de fomentar a organização de grupos de trabalhos com autonomia relativa dentro da estrutura sindical. Ao adjetivar a autonomia como relativa estamos considerando que as deliberações de instâncias superiores na estrutura sindical devem ser acatadas. Pela experiência adquirida nos nossos movimentos este será nosso maior desafio.


Aqui no Sintuff, na atual gestão, nunca tivemos a liberdade de escrever no nosso jornal, como tampouco utilizar as redes de WhatsApp ou e-mail para nos comunicarmos com a base. Nos foi negado o acesso ao cadastro de filiados sob argumento da necessidade de sigilo, enquanto o grupo majoritário sempre teve acesso ao cadastro. Desde a primeira reunião foi explicitado que a CST/Combate por ser maioria detinha a última palavra.


Os desafios da nossa carreira nos próximos quatro anos.


O Plano de Carreira dos Cargos técnico-administrativos em Educação foi resultado de muita luta pelo reconhecimento do papel dos TAES nas Instituições de Ensino Superior. Há dezessete anos a Lei 11.091/2005 começou a dar estrutura a uma carreira que se não foi o ideal que almejávamos, trouxe várias conquistas como reconhecimento de saberes não hierarquizado, progressão por iniciativas de capacitação e o incentivo a qualificação concedido por meio do reconhecimento de aperfeiçoamento através da educação formal.


O tempo passou e evolução do nosso plano de carreira, que está preconizada na própria lei que a criou, ficou estagnada desde o golpe de 2016. A Comissão Nacional de Supervisão da Carreira, instrumento que foi criado pela Lei e responsável pelas propostas de mudança e aperfeiçoamento do PCCTAE deixou de ser convocada e uma das propostas que visava atualizar nossa carreira por conta das mudanças do mundo do trabalho, a Racionalização dos Cargos, ficou engavetada no MEC.


A reforma da previdência em 2019 jogou por terra a perspectiva de muitos servidores públicos de se aposentar ainda em plenas condições de vida e lançou para um futuro distante o término da atividade laboral. Ficamos com a maioria dos TAES estagnados no final da carreira por muitos anos, seja em termos de padrões de vencimento ou de progressão por capacitação, porque os anos a se trabalhar se estendem muito além dos interstícios necessários para chegar ao padrão de vencimento 16 e ao nível de capacitação IV.


Modificações de formas de trabalho como a provocada pela pandemia que trouxe em primeiro momento o trabalho remoto e agora o teletrabalho tem que ser discutidas à luz da especificidade de nossa carreira. O Programa de Gestão que fere a autonomia da Instituição passando o controle da gestão de pessoal técnico-administrativo diretamente ao sistema do Governo e que não dialoga com os princípios trazidos em nossa carreira através dos Programas de Capacitação; Avaliação de Desempenho; Dimensionamento e modelo de alocação de vagas têm que ser discutido com os principais interessados, os TAES, através da Comissão Interna de Supervisão do PCCTAE que detém esse papel institucional.


Aliás, temos que cobrar internamente o processo eleitoral da CIS, Comissão autônoma, eleita no seio da categoria entre ativos e aposentados, que é determinada em Lei. Soma-se a essa situação o fato que estamos há quase sete anos sem nenhum tipo de reajuste na tabela de vencimentos. A última parcela de reajuste foi os 5% aplicados na tabela em janeiro de 2017, fruto do acordo de greve de 2015. De lá até os dias de hoje vimos a inflação crescendo. Se levarmos em conta a inflação acumulada do segundo semestre de 2010 até o final de 2021, que ficou no patamar de 95,55%, e descontarmos os reajustes que obtivemos através das greves de 2012 e 2015, restam até 31 de dezembro de 2021 o percentual de 52,5% de perdas salariais na nossa carreira. Ou seja, entramos em janeiro de 2022 com nosso salário valendo menos que a metade do que valia. É urgente lutarmos pela recomposição salarial e pela evolução de nossa carreira com ampliação de padrões de vencimento e níveis de capacitação que deem conta do tempo que teremos que permanecer na ativa. Devemos, também, continuar a luta pelas 30h, conquista de mais de 35 anos que perdemos com a conivência do grupo majoritário do Sintuff que publicou nas páginas do seu jornal uma minuta que nem assinatura tinha, afirmando que este documento era a vitória que assegurava nosso direito as 30 h.


Reforma Administrativa


Todos os nossos esforços em garantir serviço público de qualidade podem ser anulados caso seja aprovada a PEC32 – reforma administrativa. Essa PEC privatiza o serviço público possibilitando a prática do compadrio ao retirar a estabilidade dos servidores que serão pressionados para atender interesses privados. É necessário que seja arquivada em definitivo.


Aposentadoria e aposentados


O que estamos perdendo com a reforma da previdência


A reforma da previdência veio para tornar a aposentadoria cada vez mais distante. Teremos que trabalhar muito mais tempo para manter uma remuneração e estaremos fragilizados pelo desgaste físico e mental de tantos anos de atividade laboral. A EC 103/2019 cassou direitos dos futuros aposentados e dos que já estavam aposentados em 2019. Nós, técnico-administrativos em Educação, integrantes do Regime Próprio de Previdência Social, diferente do pessoal do Regime Geral, continuamos a recolher para previdência em cima de tudo que recebemos que ultrapasse o teto das aposentadorias pelo INSS. A essa realidade a EC 103/2019 veio acrescentar a instituição de alíquotas progressivas de desconto; a retirada da possibilidade de considerar em dobro o teto do INSS para desconto dos aposentados por invalidez ou portadores de doenças graves e o perigo de serem estabelecidas alíquotas ainda maiores caso o governo declare que não pode arcar com as despesas das aposentadorias dos servidores públicos. Nosso regime de aposentadoria está em risco de ser extinto e através do decreto 10.620/2021 vai ser transferida a gestão das aposentadorias do pessoal das autarquias (Universidades) e fundações públicas para o Instituto Nacional de Seguro Social. E como um órgão sucateado como o INSS que já não dá conta das aposentadorias do Regime Geral vai gerir as aposentadorias de um regime que funciona de forma completamente diferente? Será a completa precarização do atendimento aos servidores públicos aposentados e aos que pretendam se aposentar. Precisamos fazer um movimento para provar a inconstitucionalidade do decreto 10.620/2021, a incapacidade do INSS de gerir nosso Regime Próprio, bem como lutar pela revogação de EC 103/2019.


No campo das lutas internas na UFF vimos as duas ultimas gestões da reitoria realizando um continuo ataque aos direitos dos aposentados. O reposicionamento no PCCTAE que restabeleceu a situação dos aposentados conforme sua aposentadoria no Plano de Carreira anterior continua sendo atacado apesar de ter transcorrido mais de quatorze anos de sua implantação fruto de uma decisão da instância máxima da UFF: o Conselho Universitário. Mas os ataques não se restringem ao reposicionamento, aposentados são notificados de retirada nos seus proventos de ganhos resultantes de sentenças transitadas em julgado, de incorporações recebidas há décadas, sem o devido processo que garanta os princípios da Ampla Defesa e do Contraditório. É urgente lutar por uma política de pessoal que trate os servidores aposentados em geral e da UFF em particular com o reconhecimento da importante contribuição que esses trabalhadores deram ao Serviço Público Federal.


Em defesa da Autonomia da Universidade.

Pública Gratuita e de Qualidade


A trajetória de lutas dos trabalhadores e trabalhadoras das universidades públicas sempre se pautou pela defesa do ensino público, gratuito, de qualidade, laico, plural e referenciado socialmente. Entendemos que esta luta é o necessário retorno à sociedade que com seus impostos financia a educação. Por esse motivo somos favoráveis às cotas, ao aumento de vagas no ensino público assim como o aumento do investimento público para que um maior número de pessoas tenha acesso ao ensino superior. Para seguirmos neste caminho é necessário garantir a autonomia universitária expressa no artigo 207 da Constituição Federal.


Pela revogação do contrato com a EBSERH


Ao entregar a direção do HUAP à EBSERH a universidade perde a autonomia na gestão hospitalar. Hoje temos um quadro de crise instalado dentro do hospital, pois não há reposição do quadro de servidores, provocando estafa em um grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras. Também não atende à população como deveria, já que não cumpre as metas acordadas, como o aumento do número de leitos. Nem disponibiliza recursos necessários para os diversos insumos. Apesar do incumprimento de termos contratuais a UFF nunca multou a EBSERH, conforme poderia ter feito, já que isso está estabelecido no contrato de adesão. A nossa luta é por uma saúde pública e de qualidade para todos, pelo fortalecimento do sistema único de saúde - SUS. Somos todos 100% SUS.

Outra realidade que se impôs é a existência de diversos trabalhadores contratados pela EBSERH que não podem perder sua fonte de sustento. A alternativa seria contrata-los como empregados públicos pela universidade, entretanto novos trabalhadores deveriam ser contratados com base no RJU.

Para democratizar a gestão do HUAP somos favoráveis à eleição das chefias pelos servidores afetos.

Como a EBSERH administra diversos Hospitais Universitários propomos a formação de comissão nacional dos trabalhadores dos HUs com a finalidade de elaborar um documento único, a ser encaminhado ao governo Lula, apresentando a necessidade da extinção da EBSERH e o retorno da gestão desses Hospitais peara as Universidades.


Pela adoção do Piso Nacional da Enfermagem

Uma luta de anos finalmente foi aprovado o piso salarial do pessoal da área de enfermagem, tendo o governo Lula se comprometido em garantir esse direito. Essa conquista nos obriga a repensar a estrutura da nossa carreira principalmente pela reconfiguração no mundo do trabalho como o tele-trabalho onde boa parte dos técnico-administrativos optou por trabalhar nessa modalidade.

Avaliação de desempenho


A democratização no local de trabalho deve passar por processo de avaliação, onde todos se avaliam e avaliam a todos, chefias e servidores em geral, evitando a assédio moral/sexual no ambiente de trabalho. Assim, é importante o fortalecimento da CIS como órgão independente na estrutura universitária, que poderá nos assessorar e fiscalizar o desenvolvimento das políticas de gestão de pessoas na universidade.

Assédio moral nas relações interpessoais no interior da universidade


Em novembro de 2008 propusemos e foi aprovada no Conselho Universitário a formação da Comissão Contra o Assédio Moral. Esta comissão seria composta por seis conselheiros, sendo dois representantes de cada segmento da comunidade universitária. Ela seria responsável por receber denúncias dos servidores e alunos, apurar os fatos e junto com os setores administrativos afetos propor ações para a solução do conflito. Como comissão dentro do CUV estaria acima de todos os órgãos administrativos da universidade. Esta proposta teve parecer favorável da procuradoria e encaminhada ao SRH que tentou formar um grupo de trabalho com representantes dos três segmentos para elaborar as normas que a universidade deveria adotar. Infelizmente a direção sindical na época, composta pelo mesmo grupo político que se encontra na atual direção, não levou esta luta adiante por ter sido proposta por militantes que lhes faziam oposição. Esta forma de atuação sectária trouxe grande prejuízo à categoria, pois naquele momento o Conselho Universitário reconhecia em nossos representantes a legitimidade para tal proposição. Passado os anos, com o aumento dos conflitos internos, a direção sindical tentou caminhar nesse mesmo sentido, mas não obteve mais o reconhecimento necessário da universidade para implementar a mesma proposta.


As finanças do Sintuff – Prestação de Contas


Por ser esse congresso o último da atual gestão achamos por bem deixar registrado para a categoria nossa posição quanto à administração financeira e patrimonial do Sintuff.

Por conta de decisões equivocadas da coordenação executiva da época, onde não havia proporcionalidade como na atual, fomos despejados da sede no Valonguinho. Esse despejo se deu por conta da negação da coordenação em negociar contrato com a reitoria para ocupação do imóvel.

Na época decidiram alugar imóvel em vez de transferir nossa sede para a Casa do Sintuff. Como o imóvel era inadequado para nossas atividades fomos obrigados a gastar com reformas, que poderiam ser realizadas na Casa do Sintuff, como acabamos de fazer recentemente para reduzir nossos gastos com aluguel.

Se olharmos os dados publicados nos balancetes disponibilizados pelo Sintuff observamos que a partir de 2016 começamos a apresentar déficit. Além do congelamento salarial tivemos a desfiliação de vários sindicalizados provocando queda da receita. Esse indicador deveria ser suficiente para a coordenação acender a luz de alerta e mudar sua política de gastos.

Com a atual política de finanças do grupo da majoritária, CST/Combate, já estamos retirando dinheiro do último fundo de reserva, sendo que com esse fundo teremos que pagar as ações judiciais que o Sintuff já sofreu derrota e outras que ainda estão em curso e podem ter resultado negativo para o sindicato.


Ações judiciais


Sobre ações impetradas contra o Sintuff temos que reconhecer que somam recursos consideráveis, estimado em mais de R$1.766.000,00.




  • Ação CUV/EBSERH (interdito proibitório). Todos os seguimentos universitários participaram das manifestações, porém somente o Sintuff foi acionado e perdeu a ação até a última Instância.

  • Ação sede Valonguinho (reintegração de posse e cobrança aluguel). A antiga sede do SINTUFF foi perdida pela incapacidade da direção sindical na época, que hoje conforma o grupo político CST/Combate, ao se negar a negociar contrato para ocupação do imóvel com a reitoria.

  • Ação sub-sede HUAP (reintegração de posse e cobrança de aluguel).Conseguimos negociar a permanência do Sintuff na subsede no HUAP, a extinção da ação principal, a redução do aluguel pedido inicialmente pela UFF, a retirada de honorários de sucumbência e a quitação dos alugueis anteriores com um menor valor que o inicialmente pedido pela reitoria.

  • Ação ilegalidade e abusividade da greve de 2018. A reitoria judicializou a greve sendo imposta uma multa de R$50.000,00 por dia.

  • Ação resíduo FGTS - existem divergências no calculo dos honorários de sucumbência.

  • Ação 28,68% e 3,17% - Depois da ação com sentença favorável para as pessoas que constavam na listagem inicial, foi anexada à ação uma nova listagem com quase 1800 novos nomes. Nessa listagem constam pessoas que por variados motivos não tem direito ao pedido nessas ações. O juiz determinou a divisão dessa listagem em grupos e partir daí os que não tiverem direto a receber nada estarão gerando honorários de sucumbência a serem pagos pelo sindicato.

  • Ação GEAP. Pleiteamos a redução dos valores cobrados, foi negado.

  • Ação greve 2011. A reitoria judicializou a greve e conseguiu a imposição de multa diária pelos prédios interditados

  • Ação danos morais reitor - outdoor. O não reconhecimento, por parte da reitoria, do HUAP como área de contaminação de Covid19 e direito de todos os trabalhadores de receber a insalubridade máxima levou o sindicato a publicar outdoor cobrando responsabilidade do reitor para se diferenciar da política implementada pelo governo Bolsonaro.


A estimativa de gasto com essas ações ultrapassam os R$1.766.000,00, sem considerar a da greve de 2018 que não temos estimativa, mas que foi pedido multa diária de R$50.000,00. Assim como a ação do FGTS onde existem divergências no calculo dos honorários de sucumbência. Essas informações não foram repassadas ao Conselho Fiscal que deveria propor medidas que melhorassem a gestão financeira e patrimonial do Sintuff


Demais compromissos.


Gasto com Pessoal


Um dos erros das Coordenações Executivas, passadas e atual, foi o descontrole com gasto de pessoal. Comparando o custo direto com pessoal em relação à receita observamos a tendência de alta. De janeiro a julho de 2022 chegamos ao comprometimento de 77,83% da receita total. Se considerarmos somente a contribuição sindical esse compromisso alcança 83,87%, restando 16,13% para as demais despesas incluindo atividades sindicais. A tendência que se projeta para o futuro caso não seja tomada alguma medida é a quebra financeira do Sindicato.


Plano Dental


Outra falha da coordenação anterior (CST/Combate) foi a manutenção de Plano Dental onde o Sindicato pagava 40% das despesas devido à inadimplência de alguns usuários. Nesta atual gestão cancelamos o plano observando os ritos legais.


Processo eleitoral e Congressos


Teremos também o processo eleitoral do Sintuff que deverá ocorrer em breve e que demanda gastos elevados. Previsão de R$200.000,00. Da mesma forma teremos o nosso congresso e o da Fasubra que demandará uma soma expressiva, dado o número de delegados a que temos direito.


Associação de Classe 5% sobre contribuição sindical


Nosso sindicato é filiado a duas entidades sindicais, a Fasubra e a CSP-Conlutas, as quais financiamos com mensalidade próxima de R$28.000,00 no total, para ambas as entidades.


Participação nas Plenárias da Fasubra


Outra despesa importante a termos em mente é relativa às Plenárias da Fasubra, que retornou à forma presencial. Pelo tamanho da nossa base temos direito a enviar 7 delegados, 6 indicados pela base e um pela direção sindical. Entre passagem, estadia, transporte e diárias podemos estimar um valor aproximado de R$27.000,00.


Reforma da Casa do Sintuff


Por iniciativa nossa, Em Defesa da Democracia, com objetivo de reduzir as despesas do sindicato foi decidido reformar a Casa do Sintuff, que passa a ser a sede do sindicato, reduzindo o gasto com aluguel do imóvel (R$6.118,43) onde se encontrava a sede sindical. A estimativa de gasto da reforma e transferência se aproxima de R$216.000,00.


Venda de Carro


Foi decidido vender um dos carros do sindicato, do total de quatro, para reduzir despesas e melhorar o Caixa. O valor da venda foi de R$49.000,00. Em nossa opinião deveríamos vender dois carros ficando com o carro de som e outro mais para ida as nossas bases no interior.


Aplicações Financeiras e Patrimônio


Anteriormente os valores contidos no caixa do sindicato não eram aplicados. A partir da sugestão da nossa chapa passou a ser aplicado trazendo rendimento para melhorar a gestão financeira. Considerando que no mês de julho tínhamos um total de R$2.363.601,31 em aplicações financeiras, esse valor mal cobre os compromissos/despesas previstas e estimadas.


ANÁLISE DOS BALANCETES


Observando os balancetes consolidados dos anos de 2016 até 2021 temos plena condição de observar a tendência de redução da capacidade financeira do sindicato.


O resultado observado nesse período mostra claramente o déficit anual com exceção do ano de 2020 e 2021, quando tivemos superávit graças à receita (taxa de administração) do plano de saúde da Unimed e também em função da pandemia do Covid19 onde as plenárias da Fasubra passaram a ser virtuais, reduzindo gasto com passagem, alimentação, hospedagem e etc, da delegação sindical. Também, devido à pandemia, não realizamos nem participamos em congressos que são bastante dispendiosos (Congresso do Sintuff, da Fasubra e da Conlutas).


Sem a receita do plano de saúde da Unimed teríamos, também, déficit em 2020 e 2021. Esse plano foi finalizado por decisão da Unimed.


O resultado no balancete de julho de 2022 nos mostra o déficit apurado de R$ 53.974,22, que tenderá a ser constante devido aos compromissos assumidos pelo sindicato.


A comparação da receita de um dado ano com o anterior também nos mostra a tendência de redução da arrecadação sindical.


Com o novo governo Lula esperamos que haja correção salarial que possibilitará aumento da arrecadação, sem, entretanto, podermos afirmar se será suficiente para garantir nossas atividades.




Assinam esta tese:


Adilson Gomes Falcão

Antonio Carlos Peres de Abreu

Catarina Heralda Ribeiro da Silveira

Cenira Soares da Matta

Edson Soares da Conceição

Eduardo Henrique de Castro Araujo

Eliane Slama

Everaldo Vieira Pinto

Fatima Maria Ferreira da Costa

Iara Rohan

Jaldecy Monteiro de Souza

Jamil Fernandes Moura

João Rodrigues de Souza

José Lauro de Oliveira Pereira

José Luiz Sanz de Oliveira

José Rocha da Silva

Leila Gomes de Azevedo

Lucia Helena Vinhas Ramos

Marcelo Barbosa Santos

Marcia dos Santos Carvalho

Maria do Carmo de Oliveira Roza

Maria Inês Tostes de Siqueira

María Thereza Rodrigues da Silveira

Marianna de Aguiar Estevam do Carmo

Natalícia Sobral

Paulo Roberto da Silveira

Pedro Cesário Silva

Sandra Helena de Almeida Lima

Tailana de Oliveira Batista

Valnira Lima Ribeiro dos Santos

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