O segundo turno das eleições gerais no país tiveram como resultado a vitória de Lula e consequente derrota de Bolsonaro. Apesar do uso insistente, ostensivo e ilegal da máquina pública, foi a primeira vez na história do país que um presidente em exercício não conseguiu sua reeleição.
A derrota de Bolsonaro nas urnas foi amplamente comemorada nas ruas, como representação do fim de um governo de extrema-direita, genocida, de viés autoritário, negacionista, privatista, antivacina, que atacou radicalmente os direitos da classe trabalhadora, oprimiu o povo pobre, negro, das favelas, as mulheres, a população LBTQIA+ e as pessoas com deficiência (PCDs).
Na eleição mais polarizada e com maior comparecimento da história do país, mais de 60 milhões de votantes disseram um rotundo não ao assédio patronal nas empresas, à compra de votos por meio do orçamento secreto, às operações ilegais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às falácias sobre o auxílio aos mais pobres e o salário mínimo.
O SINTUFF teve lado nessa disputa, se posicionou contra Bolsonaro, denunciou suas posturas e medidas, participou dos atos e chamou abertamente o voto em Lula, no intuito de dar fim a esse trágico e autoritário governo.
Derrotar o golpismo de Bolsonaro e seus aliados
Apesar da derrota eleitoral de Bolsonaro, os bolsonaristas e defensores da ditadura militar não se deram por vencidos. Mesmo derrotado, Bolsonaro impulsionou a eleição de governadores, senadores e deputados. Inconformados com a derrota do atual presidente, a militância bolsonarista bloqueou estradas e fez manifestações golpistas em frente a quarteis, alegando inexistente fraude na urnas eletrônicas, uma completa invenção sem qualquer materialidade, produzida para engajar os seguidores de Bolsonaro.
O SINTUFF repudia veementemente os atos golpistas que visam questionar o resultado da eleição, impedir a posse de Lula e reinstaurar o regime militar no país. Essas ações são antidemocráticas, ilegais e devem ser punidas com rigor, assim como Bolsonaro, seus filhos e seus aliados devem responder pelos diversos crimes cometidos antes e durante o governo.
As expectativas com o novo governo e a organização das lutas
A derrota de Bolsonaro vem acompanhada de expectativas em diferentes níveis em torno ao novo governo Lula e uma onda natural de entusiasmo pela saída de um governo de extrema-direita. Esse entusiasmo deve ser canalizado para as reivindicações da classe trabalhadora e, em particular, dos servidores públicos, que sofrem com anos de congelamento salarial. Os servidores das universidades estão há mais de seis anos sem reajuste. O teto de gastos imposto ainda no governo ilegítimo de Temer engessa e sucateia os serviços públicos para remunerar o sistema financeiro. É preciso imediatamente reverter esse quadro.
Esse é o momento de organizar o movimento sindical para barrar a Reforma Administrativa, reverter as reformas trabalhista e previdenciária, cobrar reajuste salarial que reponha a inflação dos anos de congelamento, por vagas de concurso público para universidades, escolas, hospitais e para o serviço público em geral.
O IX Congresso do SINTUFF, marcado para os dias 30 de novembro e 1 de dezembro, terá como pauta organizar e posicionar politicamente o sindicato perante a essa nova conjuntura de fim do governo Bolsonaro e início do governo Lula, assim como preparar a categoria para as lutas locais e nacionais junto à FASUBRA pelas pautas dos técnicos-administrativos das universidades e do serviço público federal.
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