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CEPEx decidirá sobre cota trans para graduação e pós-graduação na UFF na próxima quinta-feira (19)


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal Fluminense (CEPEx) se prepara para deliberar sobre a implementação de cotas para estudantes transgêneros na graduação e na pós-graduação, com previsão de início em 2025. A proposta abrange todos os campi da instituição, incluindo Niterói. A reunião, que ocorrerá na próxima quinta-feira (19), será transmitida ao vivo pelo canal da TV Universitária da UFF no YouTube, com retransmissão ao público feita pela ADUFF, que convidou a comunidade acadêmica a acompanhar o debate em sua sede. O SINTUFF também apoia e reforça o convite da entidade docente.

 

Para a Rede Transvesti UFFianas, o avanço dessa discussão representa uma conquista fundamental para a comunidade trans. A implementação de cotas específicas para estudantes trans, segundo a Rede, seria um passo importante para a democratização do acesso à educação superior e uma medida de reparação histórica frente à violência e à discriminação que esse grupo enfrenta.

 

A proposta de cotas trans avançou após reivindicações da Rede Transvesti UFFianas, que em 2023 se reuniu com o reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega. O episódio que impulsionou o movimento foi um caso de transfobia envolvendo a equipe de segurança da universidade. Desde então, representantes trans se auto-organizaram na UFF e participaram da elaboração do projeto de cotas, garantindo que suas demandas fossem escutadas.

 

Tanto o SINTUFF quanto a ADUFF têm se posicionado a favor de políticas de inclusão para a população trans. Recentemente, durante a greve da Educação, que mobilizou os três segmentos da UFF, ambas as entidades reafirmaram compromisso com a defesa de direitos, especialmente para as pessoas mais vulneráveis.

 

A adoção de cotas para estudantes transgêneres UFF representaria uma medida de justiça social e inclusão, corrigindo a exclusão histórica dessa população do ensino superior. Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) revelam que cerca de 70% das pessoas trans não concluem o ensino médio, e apenas 0,02% chegam à universidade. Essa exclusão educacional reflete diretamente na vulnerabilidade socioeconômica, com 90% das travestis e transexuais sendo empurradas para a prostituição, segundo a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

 

Até o início desse ano, apenas duas das 27 universidades federais das capitais brasileiras reservavam cotas para pessoas trans, travestis e não binárias, de acordo com levantamento feito pela Agência Pública. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) adotou o sistema em 2019, e a de Santa Catarina (UFSC) no ano passado. Ao implementar as cotas, a UFF criará oportunidades para essa população e enriquecerá o ambiente acadêmico com maior diversidade, o que favorece a inovação e a produção acadêmica.


As cotas trans são uma resposta à marginalização e à violência enfrentadas por essa comunidade, refletidas nos altos índices de assassinatos de pessoas trans no Brasil e na reduzida expectativa de vida. Garantir a entrada e permanência das pessoas trans nas universidades públicas é um passo decisivo para romper o ciclo de vulnerabilidade e promover inclusão, justiça e igualdade.

 

Matéria escrita contendo informações publicadas no site da ADUFF e no site Brasil de Fato



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