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  • Foto do escritorSINTUFF

A irresponsabilidade de Bolsonaro amplia os riscos do coronavírus


A pandemia do coronavírus está trazendo mudanças bruscas para a rotina da população brasileira. Os epidemiologistas já previam a necessidade de uma radical redução de proximidade e contato entre as pessoas, assim como a necessidade de evitar aglomerações, de forma a reduzir os danos causados pela epidemia. Diante desse cenário, Bolsonaro e seus ministros fecharam os olhos para o perigo iminente, com o presidente da República desdenhando dos riscos e classificando como “histeria” a pertinente preocupação de especialistas e da população.

Bolsonaro esteve recentemente nos Estados Unidos, ocasião na qual 17 integrantes de sua comitiva foram contaminados pelo coronavírus. Mesmo com este quadro dramático, Bolsonaro rompeu a quarentena de forma irresponsável e esteve em contato direto com pessoas que se aglomeravam em uma manifestação em seu apoio. O ministro Paulo Guedes, de forma oportunista e leviana quis utilizar a dramática crise causada pelo coronavírus como justificativa para aprovação de reformas que retiram direitos da classe trabalhadora e reduzem investimentos nos serviços públicos.

Durante toda a crise, Bolsonaro vem tendo atitudes irresponsáveis seguidamente. Ele incitou seus apoiadores a minimizar os riscos do coronavírus, defendeu que igrejas mantenham portas abertas para realização de cultos, criticou medidas de restrição em portos, estradas e aeroportos e qualificou como “histeria” a preocupação pertinente de especialistas e da população frente à pandemia.

Enquanto deveria estar concentrado nos esforços para salvar o país do Covid-19, Bolsonaro gastou sua energia e tempo indo à TV pedir que batessem panelas em seu apoio, no intuito de retrucar o panelaço em protesto contra seu governo. Os panelaços contra Bolsonaro foram massivos e amplamente escutados de Norte a Sul do país, enquanto as manifestações a seu favor foram bem mais reduzidas e isoladas.

Ataques aos trabalhadores e ajuda aos bancos

Diante da situação de calamidade pública, o papel dos governos deveria ser de amparar e proteger os trabalhadores e a população em geral, com medidas que garantissem a subsistência durante o período de isolamento social.

No entanto, o governo Bolsonaro adotou uma Medida Provisória (MP) na qual um dos artigos forçava o trabalhador a uma suspensão de seus contratos de trabalho por quatro meses, sem direto a salário. Tratava-se de uma medida completamente irresponsável, que desprotegia milhões de trabalhadores e visava única e exclusivamente a proteção do lucro empresarial. Com a péssima repercussão, Bolsonaro recuou e retirou esse artigo da MP, mas manteve todos os demais que permitem uma superexploração da classe trabalhadora após a crise, com medidas como banco de horas, por exemplo.

Basicamente, essa MP vai retirar comida da mesa das famílias durante o período de quarentena. Uma catástrofe. Enquanto pretendia deixar os trabalhadores passando fome, o governo anunciou uma ajuda de 68 bilhões de reais aos bancos.

No Congresso Nacional, Rodrigo Maia e outros parlamentares se articulam para viabilizar no Congresso Nacional, com apoio da grande mídia, a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz os salários dos servidores público. No Rio de janeiro, parlamentares da Assembleia Legislativa tentam utilizar a pandemia como mote para aprovar mais retirada de direitos previdenciários. A política dos governos e das casas parlamentares é de estrangular a classe trabalhadora para proteger os lucros empresariais, especialmente os lucros dos bancos.

No combate ao coronavírus, é urgente a suspensão do pagamento de juros da dívida pública, a revogação da Emenda Constitucional 95 que limita investimentos nos serviços públicos, de forma que haja recursos para os hospitais apresentarem condições de trabalho, higiene e prevenção aos trabalhadores e usuários, suspensão das cobranças de contas de luz, água e gás, assim como proibição do corte de fornecimento, entre outras medidas de assistência e proteção à população.

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