O Ășltimo ato de Pedro Rosa, a sua luta continua!
- SINTUFF
- hĂĄ 2 dias
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O domingo foi ensolarado e radiante. No horizonte, manifestaçÔes em todo o paĂs contra a anistia aos golpistas e a PEC da Blindagem. Pedro Rosa estava entusiasmado. A orla de Copacabana foi tomada por um mar de pessoas. E lĂĄ estava ele... Como esteve ao lado dos metalĂșrgicos, dos garis, dos bombeiros, dos professores, dos estudantes, enveredado em manifestaçÔes e greves por toda a sua vida. Ele tambĂ©m era apaixonado pelas manifestaçÔes artĂsticas, como o bom carimbĂł de sua terrinha amada. Obviamente que seu Ășltimo ato, alĂ©m de luta, tinha mĂșsica da melhor qualidade, com Caetano, Gil, Chico, Paulinho Viola, Djavan e tantos outros. Como Pedro nĂŁo se faria presente num dia histĂłrico como esse?
Com este mesmo vigor, Pedro Rosa lutou e defendeu os direitos de seus pares no serviço pĂșblico. Pelejava pelas demandas mais especĂficas de um Ășnico trabalhador e pelas pautas de sua categoria com a mesma energia que se entregava Ă s lutas mais relevantes de toda a classe trabalhadora.
Inquieto é a palavra que mais define Pedro Rosa. Sempre esperançado, sempre otimista de que a maré podia virar a nosso favor. Depois de algum tempo adormecidos de grandes atos de rua, os movimentos sociais, sindical, estudantil e popular voltaram às ruas. Fica um sentimento que depois de tanta luta pela vida, Pedro estava esperando por algo grandioso antes de partir e descansar.
Sim, é doloroso escrever sobre sua partida. Aqui o jornalista e o amigo são indissociåveis. Não hå como escrever essas palavras, sem lembrar que Pedro era teimoso, mas também era doce, generoso e de moral inquebrantåvel. A teimosia de quem não desiste de mudar mundo. A ternura de quem sonha com um mundo melhor.
Pedro amava seus aposentados e pensionistas, se tornou um filho para tantas senhoras e senhores que viam naquele jovem um brilho sereno de quem os defendia incondicionalmente. Nunca foi apenas dever de ofĂcio de sindicalista. Sempre foi muito amor envolvido. Amor pelas pessoas, pelos mais velhos, dos quais ele extraĂa muita sabedoria.
No sindicato, na UFF, na militĂąncia e na vida, marcou muita gente feito tatuagem, inclusive a de quem escreve o texto. NĂŁo vamos viver em mundo sem Pedro Rosa, simplesmente porque a marca que ele deixou Ă© muito forte para desaparecer, apesar de sua ausĂȘncia fĂsica. Ele que foi, sim, o mais relevante dirigente sindical da UFF neste sĂ©culo.
Quando Pedro partiu, nesta segunda-feira, o tempo fechou e caiu a chuva forte. Pedro era energia de um dia ensolarado. Os cĂ©us sinalizaram luto e a ĂĄgua desceu como pranto, assim como as lĂĄgrimas escorreram dos nossos olhos com a notĂcia. VIVA PEDRO ROSA! A sua luta continua, meu amigo!