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Foto do escritorSINTUFF

Acidentes evidenciam precarização do HUAP sob a gestão da EBSERH


Trabalhador sofre queimaduras em acidente no Banco de Leite do HUAP

No último período uma sequência de acidentes colocou a vida de trabalhadores e pacientes em risco e evidenciou a precariedade do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), sob a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). No final de março, um elevador despencou até o subsolo com pessoas no interior do equipamento. Ninguém se feriu gravemente, mas o incidente colocou em risco a vida das pessoas a bordo do elevador. Segundo veículos de imprensa locais, uma pessoa sofreu ferimentos leves e uma segunda pessoa teria sofrido escoriações pelo corpo.

Há muitos anos, os elevadores do HUAP sofrem com constantes panes, fato amplamente denunciado em diversas ocasiões pelo SINTUFF. O elevador em que ocorreu o acidente já não deveria mais estar em uso e requeria substituição imediata, não havendo mais possibilidade de reparo. No caso, trata-se de um transporte que garante acesso a setores importantes como CTI, Centro Cirúrgico, Maternidade, Unidade Coronariana e Enfermaria, não podendo haver qualquer dúvida sobre a sua segurança e resistência.

Na mesma semana, uma explosão em um equipamento no banco de leite feriu um trabalhador, com queimaduras no braço e no rosto, quando ele tentava reparar o bico de gás utilizado no processo de pasteurização do leite humano. Conforme relatos de funcionários do hospital, o problema com esse equipamento já perdura por três anos e apenas soluções paliativas são adotadas, o que não impede novos incidentes. Não é a primeira vez que esse tipo de acidente ocorre e servidores comentam que um acidente de maior gravidade, com risco de vida, poderia ter ocorrido se não houvesse a intervenção do trabalhador que se feriu.


EBSERH, gestão desumana que precariza o HUAP

Os acidentes são parte do retrato assustador da EBSERH no HUAP, uma empresa externa à universidade, que gere de forma mercantil a escassa verba repassada pelo governo. O custo da presença da EBSERH no Antonio Pedro é a entrega do controle do hospital a gestores com altos salários e desvinculados da universidade, a redução de leitos, do atendimento, o fechamento de serviços e o esvaziamento do caráter acadêmico da instituição. A sequência de acidentes expõe que a gestão da EBSERH, com um modelo de administração meramente empresarial de uma instituição de saúde pública, “economiza” recursos ao caro preço de colocar a vida das pessoas em risco.

Está na ordem do dia a revogação da EBSERH, de forma a recompor o perfil universitário do hospital e garantir uma visão humana e comprometida com o atendimento público, com os funcionários da unidade e com a segurança das pessoas. Trata-se de devolver ao HUAP o seu papel social, de um hospital que atendia a comunidade com 420 leitos e hoje oferece apenas 112, cujas portas da Emergência estão fechadas há vários anos tanto à população quanto ao próprio público interno da UFF e do hospital. Somente uma gestão autônoma conduzida pela própria universidade terá condições políticas de combater o projeto do governo de destruição da saúde pública e exigir mais verbas para o hospital.


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