Após mobilização pela manhã de 30/7, o reitor recebeu representantes do sindicato na mesma data, às 18 horas. A exemplo do que ocorreu na reunião sobre a crise da UFF com SINTUFF, ADUFF e DCE, o reitor bloqueou a filmagem da Audiência, numa demonstração que não preza pela transparência de suas ações e falas. Ao fotógrafo do sindicato somente foi permitido registrar o começo da reunião e a seguir se retirar.
A reunião só existiu pela revolta e pressão dos servidores ativos e aposentados na parte da manhã. Assim, se confirma mais um estelionato eleitoral. A “mesa de negociação permanente” e o diálogo não existem, há apenas intransigência e irredutibilidade da parte do reitor.
Reitor afirma que cortará reposicionamento, sem direito à defesa
Sobre o reposicionamento dos aposentados, o reitor afirmou ser assessorado pela Procuradoria e que, diante do parecer dos procuradores, ele seria obrigado a executar os cortes. Não há nenhuma sentença judicial que obrigue o reitor a proceder esses cortes e parecer de procuradores não tem poder de sentença judicial. Portanto os cortes são evidentemente uma vontade política do reitor. Mesmo onde a justiça cortou o reposicionamento, como foi o caso na Universidade Federal de Santa Maria, o juiz ao dar a sentença alega que a ação contra o reposicionamento foi promovida antes do prazo decadencial de cinco anos. Na UFF esse prazo já venceu.
Infelizmente a reitoria age como uma porta ao conversar com servidores. Por mais óbvios e melhores que sejam os argumentos, ao não ter como rebatê-los a reitoria simplesmente ignora o que é falado e segue atacando direitos e conquistas dos servidores da pior maneira como for possível. Essa postura explica porque o reitor não quer a filmagem das reuniões. Antonio Claudio abre mão por completo da autonomia da universidade para se tornar um carrasco dos servidores técnico-administrativos, agindo de forma nitidamente revanchista e intransigente contra o único segmento que não lhe deu vitória na eleição para reitor.
Ironicamente, a ordem judicial obtida pelo SINTUFF para que a universidade devolva os adicionais de insalubridade indevidamente retirados é completamente ignorada pelo reitor Antonio Claudio. Ou seja, contra os servidores, o reitor cumpre até mesmo um mero parecer de procurador, mas a favor da categoria ele é capaz de descumprir uma ordem judicial, mesmo sob pena de multa.
A representação do sindicato argumentou que não poderia haver esses cortes sem notificação individual e com prazo para direito à defesa. Mesmo após o procurador ponderar que isso era possível, o reitor foi tão intransigente que se colocou contra essa proposta. O reposicionamento é uma decisão do Conselho Universitário, a qual o reitor está desacatando e de forma unilateral revogando, descumprindo os tramites e a hierarquia da instituição, agindo como ditador.
O SINTUFF seguirá mobilizando os aposentados e, concomitantemente, fará todos os esforços pela via judicial para impedir essa completa covardia que é o corte do reposicionamento afetando significativamente os rendimentos de mais de 1000 aposentados, a maioria pessoas de idade avançada que dedicaram suas vidas à UFF e dependem da integralidade de seus vencimentos. É estarrecedora a falta de empatia do reitor da UFF sobre esse tema.
Reitor ignora problemas do ponto eletrônico
O SINTUFF buscou relatar os diversos problemas na implantação do ponto eletrônico, tais como falta de papel para o comprovante, atraso na marcação dos horários, não registro da presença, queda do sistema, entre outros. Frente ao mau funcionamento das máquinas, o sindicato defendeu que o período de testes fracassou e que o ponto não poderia valer a partir do dia 1/8. A reitoria diz desconhecer os problemas, o que demonstra desconexão e desconhecimento da realidade do trabalho da UFF.
O reitor fez pouco caso dos problemas técnicos e disse que os servidores diante deles deveriam fotografar, filmar, encaminhar reclamação à chefia e, caso não haja solução, ingressar com processo administrativo. Assim, de forma irresponsável e sem sanar os inúmeros problemas, contradições, dúvidas e inseguranças causadas pela aplicação da biometria, o reitor vai se abstendo de sua responsabilidade em solucionar os transtornos relatados. Enquanto o reitor se omite, a universidade em crise financeira aguda gasta uma fortuna para mera manutenção do ponto eletrônico.
É preciso avançar na mobilização e na operação-padrão
Solicitamos que a categoria encaminhe fotos, vídeos e relatos sobre os problemas gerados pelo ponto eletrônico através de nosso Whatsapp, por e-mail (imprensa@sintuff.org.br) ou pela nossa página no Facebook (fb.com/sintuff.fasubra).
O reitor não quer nenhum diálogo e negociação. Somente uma forte mobilização da categoria pode reverter os ataques. A reunião de ontem somente ocorreu pela pressão, que precisa ser intensificada com a operação-padrão, não fazendo o servidor nada além do que lhe cabe e seguindo com rigor procedimentos previstos em lei e na nomenclatura de seus cargos. É preciso responder ao reitor na mesma moeda.
O SINTUFF seguirá realizando reuniões setoriais para organizar uma resposta unificada da categoria e a operação-padrão setor por setor, unidade por unidade.
Foto: Zulmair Rocha