SINTUFF repudia ataques machistas e misóginos contra a ministra Marina Silva

O SINTUFF repudia com veemência os ataques machistas, misóginos e violentos dirigidos à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal realizada nesta terça-feira (27/5).

A fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM), ao dizer que “a mulher merece respeito, a ministra não”, é um exemplo escandaloso de violência política de gênero, que tenta separar a condição de mulher do exercício pleno da função pública, como se mulheres ocupando cargos de poder estivessem à disposição de ataques pessoais, desrespeito e humilhação pública. Tal declaração não é isolada: vem na esteira de outras agressões proferidas pelo mesmo senador, que em março chegou a insinuar violência física contra a ministra.

Também repudiamos a conduta do presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), que tentou cercear a fala de Marina, cortou seu microfone e afirmou que a ministra deveria “se pôr no seu lugar”. Trata-se de uma postura autoritária, misógina e absolutamente incompatível com o papel institucional de quem deveria garantir a escuta qualificada de uma convidada oficial, independente de concordância política.

O que se assistiu foi um conluio de homens conservadores tentando silenciar e desmoralizar uma mulher que, goste-se ou não de suas posições políticas, estava ali cumprindo uma função de Estado. É inadmissível que o debate público seja contaminado por esse nível de violência e desrespeito — especialmente contra mulheres.

Essa prática misógina, que tenta deslegitimar e constranger mulheres em espaços de poder, é a mesma que afasta tantas trabalhadoras da vida política, sindical e institucional. É dever das entidades sindicais e dos movimentos sociais denunciar esse tipo de conduta e enfrentar toda forma de opressão, onde quer que se manifeste.

Ministra cobrou pedido de desculpas pelas ofensas e se retirou após recusa de parlamentar em se retratar (Foto: GERALDO MAGELA/ AGÊNCIA SENADO)