Por CSP-Conlutas
Os servidores públicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ocupam a sede da Superintendência Regional do órgão público, em São Paulo, para denunciar mais uma manobra antissindical do governo Lula: o corte de ponto dos grevistas.
A mobilização teve início na tarde da terça-feira (20) e os trabalhadores e trabalhadoras afirmam que só deixarão o prédio com a retomada das negociações. A categoria está em greve há mais de um mês e tem sofrido com ataques do Ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos (MGI).
“Estávamos voltando da caravana a Brasília quando vimos no aplicativo um desconto de quase 100% dos salários. Não tivemos um desconto deste tipo nem no governo Bolsonaro”, explica Rodrigo Bonfin, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo (SINSPREV-SP) e da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS).
A postura do governo desde o início da campanha salarial do funcionalismo tem sido a mesma. O plano é não reajustar os salários neste ano, empurrando a reposição para o ano de 2025.
Além disso, o Planalto apelou para a Justiça, atacando o direito de greve dos trabalhadores do INSS. O novo golpe contra o movimento veio nesta semana, com o corte do ponto dos grevistas em 100%.
“A gente quer que o governo negocie com a gente de fato. Eles vem instaurando umas mesas, mas não é de fato uma negociação. O governo agora apresentou um ofício por e-mail dizendo que seria o ultimato. Então foi algo pra colocar a gente sob pressão para que retornássemos ao trabalho”, conclui Rodrigo.
Este verdadeiro absurdo, que remonta às perseguições cometidas pela Ditadura contra o direito à organização dos trabalhadores, tem sido a tônica do governo federal, que prioriza o corte de gastos imposto pela política do Arcabouço Fiscal.
Em resposta, a categoria fortaleceu o movimento e pelo país assembleias rejeitaram a proposta do governo e reafirmaram a continuidade da greve, que atinge 26 estados e o Distrito Federal, em mais de 400 agências. O sentimento dos companheiros e companheiras é de indignação perante o descaso da administração federal e por isso a greve segue forte.
A FENASPS vem realizando atos com o slogan “É greve até a vitória”. Uma clara referência à resistência até que suas demandas sejam atendidas.
Em documento enviado ao governo para questionar o corte do ponto a entidade ainda afirmou: “O sentimento da categoria é de profunda revolta, visto que somos chamados a todo momento a entregar uma maior produtividade. No entanto, é assim que somos recompensados”.
Nesta quarta-feira (21), o Comando de Greve Nacional da FENASPS convoca a todos para uma Plenária Nacional Virtual, a partir das 14h.
Todo apoio
A CSP-Conlutas apoia a greve no INSS e demais categorias da Saúde. É fundamental pressionar o governo Lula para o atendimento das reivindicações dos servidores públicos!
Inspirada na greve e ocupação realizada pelos companheiros e companheiras do INSS, a classe trabalhadora brasileira pode ser capaz de por fim ao Arcabouço Fiscal.
Chega de priorizar banqueiros e especuladores em detrimento das necessidades dos trabalhadores e de investimentos nos serviços públicos!
Não existe serviço público de qualidade, sem investimentos e sem servidores valorizados!
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