Sob pressão dos Comandos Nacionais de Greve (CNGs) da FASUBRA Sindical, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), o governo propôs novas datas para negociações com docentes e técnico-administrativos da educação. As reuniões foram agendadas para os dias 11/6, com técnico-administrativos em educação (TAEs), e 14/6, com docentes federais.
Sindicatos ocupam MGI
Na parte da tarde desta segunda-feira (3), os sindicatos decidiram ocupar uma sala no prédio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), numa tentativa de forçar a reabertura das negociações com o governo. Essa ação foi uma resposta direta à interrupção abrupta da reunião com representantes governamentais pelo secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, que na ocasião não apresentou um cronograma objetivo para a continuidade das negociações. Do lado de fora, as entidades mantiveram uma vigília, simbolizando a insatisfação generalizada com a postura do governo.
O Comando Nacional de Greve (CNG) da FASUBRA juntou-se ao SINASEFE e ANDES-SN em mais um ato unificado no MGI, para acompanhar a mesa de negociação dos docentes federais.
Durante a reunião, Feijóo reiterou a proposta já amplamente rejeitada pela categoria docente, demonstrando um desrespeito flagrante às demandas dos(as) trabalhadores(as). A proposta faz parte de um acordo, suspenso por liminar judicial, assinado pelo MGI com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (PROIFES), em 27 de maio. Esse acordo com um sindicato fantasma foi uma manobra do governo para enfraquecer as representações legítimas da categoria docente, constituídas por ANDES-SN, nas universidades, e SINASEFE, na educação básica, profissional e tecnológica. A PROIFES é um sindicato cartorial, sem legitimidade e sem carta sindical para negociar pela categoria docente, que presta serviços ao governo como seu braço sindical.
Entidades sindicais exigem respostas às contrapropostas
Representantes da categoria docente em greve exigiram respostas às contrapropostas do ANDES-SN e do SINASEFE que até agora foram ignoradas pelo governo, evidenciando a falta de compromisso com uma negociação justa.
Os(as) técnico-administrativos(as) rejeitaram categoricamente a proposta do governo nas assembleias de base e no CNG. A FASUBRA protocolou uma nova contraproposta junto ao MGI, na sexta-feira (31). A carreira dos(as) TAEs oferece a pior remuneração do Poder Executivo da esfera federal, fato este que tem sido negligenciado nas negociações. Apesar das promessas do governo Lula de reduzir as disparidades salariais, a forma como o governo conduz a negociação em separado com diversas categorias indica uma ampliação das discrepâncias.
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