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Foto do escritorSINTUFF

O HUAP fictício e o real

Atualizado: 6 de mai. de 2020


Existem dois hospitais completamente diferentes. Um é o que existe na propaganda do reitor da UFF e da EBSERH, um hospital modelo que se preparou conforme todas as normas sanitárias para a enfrentar a pandemia. Outro é o hospital real, onde não há renovação do quadro de servidores, gerido por uma empresa que descumpre inúmeros itens do contrato de gestão. No site do hospital você encontra um cenário típico de palestras de charlatães motivacionais, com extenso palavrório gerencial e valores como “honestidade”, “transparência”, “acolhimento” e “respeito”. Já na vida real o que ocorre é o inverso da narrativa pretensiosa dos gestores da EBSERH e do reitor. Não há acolhimento, o assédio moral aos trabalhadores é uma ferramenta de gestão. Não há respeito, a gestão opera para manter servidores dos grupos de risco e altíssimo risco trabalhando, sob risco de vida e sem garantir os devidos EPIs. Não há transparência, os pedidos de liberação dos grupos de risco e por EPIs são registrados e a gestão não formaliza as respostas, assim como não realiza os devidos testes e subnotifica casos de Covid-19, além de não garantir testes a todos. Não há honestidade, servidores trabalham em um ambiente de alto risco em decorrência da pandemia e não recebem grau máximo de adicional de insalubridade.

Na falta dos EPIs, muitos servidores compraram suas próprias máscaras para se proteger. Mesmo sem condições, o HUAP abriu leitos para casos graves de Covid-19, não por uma preocupação real em combater a pandemia, mas no intuito de receber mais recursos. Já há relatos de um setor inteiro infectado e de um caso grave. Sem os EPIs necessários e mantendo na ativa servidores com doenças crônicas, graves, imunodeficientes e com mais de 60 anos, a gestão do HUAP está contribuindo mais para alastrar a doença do que para mitigá-la. Os servidores relatam que o superintendente da EBSERH transita pelo HUAP sem máscara, uma forma de ridicularizar a preocupação dos servidores, reforçando o discurso negacionista do presidente da República.

Todas as vagas de concurso público decorrentes de aposentadoria no hospital foram desviadas a outros setores da universidade, para atender os interesses do grupo político que comanda a reitoria da UFF. Foram mais de 300 vagas. Não há novos servidores no HUAP, o que leva a média de idade dos trabalhadores do hospital a ser alta e por consequência o quadro funcional a ser formado por pessoas mais vulneráveis ao Covid-19.

O SINTUFF ingressou com um pedido de tutela na justiça, cuja decisão judicial em um primeiro momento obrigava a gestão a liberar de imediato todos os servidores com doenças crônicas, graves, imunodeficientes, mediante autodeclaração. A gestão do HUAP conseguiu derrubar esse ponto da decisão, mas segue obrigada a responder todos os pedidos de liberação para trabalho remoto e a realocar os servidores dos grupos de risco para áreas de menor perigo de contágio. Já venceu o prazo de 15 dias para que a gestão criasse as necessárias condições para colocar esses servidores em trabalho remoto. A decisão também obriga a gestão a garantir os EPIs a todos os trabalhadores, sob pena de multa diária.

O sindicato tem recolhido provas, registros, documentos para comprovar o descumprimento da decisão judicial, vem expondo a situação do HUAP através das mídias sociais e incentivando os servidores a denunciar. De posse das provas, o SINTUFF tem mais força para protocolar as denúncias aos órgãos de fiscalização. Da mesma forma, frequentemente, o sindicato tem notificado a reitoria e a EBSERH através de documentos administrativos com as reivindicações da categoria.

Denuncie a falta de testes para Covid-19, de EPIs, a manutenção de trabalhadores mais vulneráveis ao Covid-19 em ambiente propício ao vírus e qualquer outra irregularidade. Entre em contato através do Whatsapp: (21)99760-0804 ou do e-mail juridico@sintuff.org.br

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