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Nota pública em defesa do mandato de Glauber, em repúdio à tentativa de cassação

Atualizado: 20 de set.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou, na quarta-feira (11), o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) sobre o processo de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). Foram dez votos favoráveis e apenas dois contrários ao relatório que recomendava a abertura do processo contra Glauber. Magalhães é considerado próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).


A partir da data de aprovação do relatório, Glauber Braga há um prazo de dez dias úteis para formalizar sua defesa por escrito, além de apresentar provas e listar testemunhas para as próximas fases do processo. Esta já é a quinta vez que tentam cassar o mandato de Glauber, que tem se destacado por denunciar esquemas de corrupção, desvio de recursos públicos e criticado as privatizações e a entrega de bens públicos, em especial sob o comando de Lira e seus aliados.


O novo processo foi iniciado por uma denúncia do partido Novo, acusando Braga de ter expulsado fisicamente da Câmara um provocador do MBL (Movimento Brasil Livre). O incidente ocorreu em abril, quando um militante do MBL, conhecido por usar táticas de intimidação e agressão, teria perseguido Glauber e sua mãe na Câmara, até ser expulso do local pelo deputado.


Sobre o processo, Glauber declarou: “Vou me defender com toda a energia, mas não vou me calar diante das ações de Arthur Lira. Se ele acredita que pode usar essa manobra como forma de me intimidar, está completamente enganado”.


Durante a sessão no Conselho de Ética, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) destacou que, das 34 representações feitas nesta legislatura, apenas duas avançaram: uma contra Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, e outra contra Glauber Braga. Sâmia apontou a disparidade nas decisões do Conselho, que parece atuar com mais rigor contra parlamentares vinculados aos movimentos sociais enquanto ignora outros casos graves de quebra de decoro.


Esse processo é visto como uma estratégia do Centrão, liderado por Lira e apoiado por setores da extrema direita, para silenciar quem se opõe a seus interesses. A situação se torna ainda mais escandalosa quando comparada à inação do Conselho de Ética em relação a parlamentares como Carla Zambelli, Nikolas Ferreira e Bia Kicis, que estiveram envolvidos em condutas flagrantemente criminosas e que evidentemente ferem o decoro parlamentar.


A tentativa de cassação de Glauber Braga não é apenas um ataque ao seu mandato, mas também uma ameaça às liberdades democráticas e aos direitos da classe trabalhadora. Por isso, é urgente que a Câmara suspenda essa perseguição política e arquive o processo. O SINTUFF se soma a todas as entidades, movimentos, partidos, mandatos e personalidades que se colocam em campanha na defesa do mandato do deputado. Será realizado na quinta-feira (19), às 18 horas, um ato em defesa do mandato do deputado federal Glauber Braga no histórico auditório do nono andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio de Janeiro.

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