Moção de repúdio à prisão do estudante Mahmoud Khalil nos EUA
- SINTUFF
- 27 de mar.
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Atualizado: 3 de abr.
O SINTUFF manifesta seu veemente repúdio à prisão arbitrária do estudante Mahmoud Khalil nos Estados Unidos. Khalil, nascido na Síria e filho de palestinos, foi detido por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) sob ordens do governo de Donald Trump e informado da revogação de seu visto estudantil. Sua prisão é um claro ataque ao movimento de solidariedade à Palestina e um exemplo da crescente repressão contra ativistas.
Mahmoud Khalil esteve na linha de frente dos protestos na Universidade de Colúmbia em 2024, que denunciaram o genocídio cometido por Israel em Gaza. Esses protestos pacíficos, organizados em acampamentos universitários nos EUA e em diversas partes do mundo, foram duramente reprimidos pelo governo estadunidense. Khalil agora é acusado injustamente de antisemitismo e de supostas ligações com o Hamas, em uma tentativa de criminalizar sua militância.
Sua prisão ocorreu no sábado (8), sem transparência sobre sua localização. Apenas na segunda-feira (10) foi revelado que ele está detido em uma unidade de processamento de imigrantes ilegais no estado da Louisiana, o que, segundo organizações de direitos humanos, tem como objetivo dificultar sua defesa. Apesar dos esforços autoritários de Trump, um juiz federal de Nova York obteve uma liminar suspendendo temporariamente sua deportação, e uma audiência está marcada para quarta-feira (12).
A prisão de Khalil é parte de uma ofensiva que combina endurecimento contra migrantes e a repressão de ativistas críticos ao regime sionista de Israel. A perseguição não se limita aos estudantes: universidades como a de Colúmbia têm sido alvo de represálias e cortes de financiamento, como a retirada de US$ 400 milhões em bolsas e contratos. Nos momentos de maior intensidade dos acampamentos, mais de mil estudantes foram detidos nos EUA, e até no Brasil manifestantes sofreram perseguição, como no caso da USP.
Diante do cerco imposto aos palestinos, a violência e a fome em Gaza atingem patamares insustentáveis. O corte da ajuda humanitária determinado por Benjamin Netanyahu tem levado à escassez extrema, e ataques pontuais de Israel continuam, mesmo com as negociações de cessar-fogo. A destruição da infraestrutura elétrica agrava a situação, especialmente nos hospitais sobrecarregados.
O SINTUFF reafirma sua solidariedade a Mahmoud Khalil e ao povo palestino, repudiando a perseguição política contra estudantes que denunciam as atrocidades cometidas pelo Estado de Israel. Exigimos sua imediata libertação e o respeito ao seu direito de permanecer nos EUA para concluir seus estudos.
A luta contra a repressão e pela autodeterminação do povo palestino precisa ser intensificada. Defendemos que o Brasil rompa relações com Israel e que as organizações populares e sindicais sigam mobilizadas para impedir que ativistas sejam criminalizados por sua solidariedade internacionalista.

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