Diante do desinteresse do governo Lula pelas pautas dos servidores públicos, as categorias intensificaram suas mobilizações em todo o país, aumentando a pressão e a frequência das greves, inaugurando assim uma batalha significativa contra a política fiscal vigente.
No domingo (17), os Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, representados pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), decidiram em assembleia deflagrar greve a partir de 3 de abril.
Com isso, estes servidores se juntam à greve nacional dos Técnicos-Administrativos das Instituições de Ensino Superior (TAEs), organizados pela FASUBRA Sindical, que já paralisaram mais de 80% das Universidades Federais desde segunda-feira (11).
A mobilização dos servidores públicos federais é uma reação ao posicionamento do governo federal perante as categorias. Nas recentes Mesas Nacionais de Negociação, prevaleceu a procrastinação, tendo por ápice das tensões a proposta de 0% de reajuste salarial em 2024.
Na última rodada de negociações, em fevereiro, foi proposto um índice de 9%, dividido em duas partes: 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026, condicionado à arrecadação, devido às restrições do Arcabouço Fiscal. Em suma, o governo indica priorizar o direcionamento dos recursos para o sistema financeiro, enquanto os servidores públicos sofrem com anos de perdas salariais.
As demandas incluem não só reajustes salariais para compensar as perdas, mas também a reestruturação dos Planos de Carreira e a recomposição dos orçamentos das Universidades e Institutos Federais, que têm enfrentado cortes e restrições por anos.
Além disso, a revogação de atos administrativos criados durante o governo Bolsonaro, que precarizam o trabalho dos servidores, está na pauta, junto com o rechaço à Reforma Administrativa.
A CSP-Conlutas, central sindical à qual o SINTUFF é filiado, reafirmou seu apoio às greves lideradas pela FASUBRA e pelo SINASEFE. O crescente movimento entre os servidores deve ser o ponto de partida para uma luta conjunta de todas as categorias do funcionalismo.
Além dos reajustes salariais e melhorias nas carreiras, é necessário unir todos na resistência à política fiscal atual e a qualquer projeto de Reforma Administrativa do governo. Defender as demandas do funcionalismo é apoiar a busca por um melhor serviço público para a população. É hora de priorizar os interesses da classe trabalhadora, não dos ricos e poderosos. O governo Lula deve agir em prol dos trabalhadores.
Fonte: CSP-Conlutas
Comments