Protesto na unidade da UFF em Campos dos Goytacazes
Inicialmente, o governo Bolsonaro decidiu cortar 30% dos recursos da UFF, da UnB e da UFBA, alegando que as mesmas permitiram que ocorressem atos políticos – classificados pelo governo como “balbúrdia” – em seus campi. A seguir foi verificado que o corte se estende para todas as universidades e instituições federais de ensino. A medida é parte do ajuste fiscal e trata-se ainda de perseguição política e ideológica para silenciar protestos frente aos ataques e cortes de verbas promovidos pelo governo contra a educação. Além de ser absurdo o corte de verbas em si, o “critério” inicial estabelecia viés ideológico de direita para direcionar quem receberia mais e menos recursos.
O novo ministro da Educação alega que somente pode se expressar politicamente quem tiver um “desempenho acadêmico bom”. O ministro só não cita que a UFF aparece como a sexta melhor universidade do país, em um ranking feito pela revista britânica Times Higher Education (THE).
Se a UFF está entre as melhores do país, isso também comprova que a jornada de 30 horas não traz prejuízo à universidade, sem qualquer necessidade de controle eletrônico ou aumento da carga horária, o que gera custos à universidade e transtornos à rotina de trabalho. A flexibilização da jornada aumenta a eficiência, conforme vários estudos e o desempenho da UFF já comprovam.
É preciso unidade máxima dos sindicatos, entidades estudantis e compromisso da reitoria da UFF em responder a mais esse absurdo ataque do governo. Já basta da reitoria rezar pela cartilha do governo, priorizando cortes na assistência estudantil e colocando os servidores para preencher o vácuo gerado pela falta de terceirizados e concursos públicos, através de acréscimo na carga horária praticada há mais de três décadas. A nota emitida pela reitoria sobre os cortes, lamentavelmente, é praticamente acrítica sobre o caráter antidemocrático da medida, resumindo-se a dialogar com o governo. Espera-se que a reitoria mude sua postura passiva e submissa e some forças ao protesto convocado para o dia 8/5.
O SINTUFF se soma aos estudantes na convocação do Ato Eu Defendo a UFF, no dia 8/5, 16 horas, no Gragoatá, que já conta com dezenas de milhares de pessoas confirmadas e interessadas. Os protestos já se espalham pelo país. A comunidade da unidade da UFF em Campos e do Colégio Pedro II já realizaram grandes manifestações. Quarta-feira é a vez da UFF Niterói e dia 15 é Greve da Educação no país inteiro.
Confirme sua participação no Ato Eu Defendo a UFF: https://www.facebook.com/events/582512992255614/