O deslizamento ocorrido no sábado (10/11) no Morro Boa Esperança deixou um triste saldo de quinze mortes registradas e dezenas de desabrigados. É resultado da falta de política de moradia dos governos em todas as esferas e demonstra o quanto é covarde a crescente criminalização dos movimentos populares de moradia, como o MTST, que lutam por uma solução para o déficit habitacional. Após o ocorrido, a prefeitura de Niterói anunciou medidas paliativas, sem avançar em estabelecer núcleos de defesa civil nas comunidades, na urbanização das áreas e em trabalho integrado de habitação. Medidas como meramente implantar sirenes são totalmente insuficientes e pouco eficazes para preservar a vida da população. Repudiamos ainda as tentativas de culpabilizar a população pobre por situações com essa, que na falta de condições de moradia digna, se estabelece em áreas de risco pela completa ausência de opção. Vale frisar ainda que o Morro da Boa Esperança não havia sido mapeado como área de risco. Em 2016, a Prefeitura de Niterói contratou um Plano de Mapeamento de Áreas de Risco para a região do Boa Esperança. A pesquisa para identificar riscos custaria quase R$ 3 milhões com previsão de entrega em fevereiro de 2017, mas não ficou pronta até hoje. O resultado é a tragédia que estamos acompanhando. O SINTUFF manifesta sua solidariedade à população e cobra soluções ao poder público. Coordenadoras do nosso sindicato estiveram presentes no local do acidente durante o fim de semana levando doações e ajudando no que foi possível. O SINTUFF esteve ao lado da população do Morro do Bumba e de outras comunidades na tragédia ocorrida em 2010, assim como em 2011 na Região Serrana, sempre prestando o nosso apoio e denunciando o papel cumprido pelos governantes. Nos colocamos desde já à disposição para contribuir no recolhimento de donativos em favor dos moradores desabrigados.