Corte de verbas pode resultar no fechamento de diversas universidades no segundo semestre
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, com informações do Painel do Orçamento Federal, 17 universidades federais estão sob risco de interromper suas atividades até o fim do ano em decorrência dos cortes de verbas promovidos pelo governo Jair Bolsonaro.
Em 2022, o corte de recursos discricionários acarretou mais redução de R$ 400 milhões do orçamento das instituições federais de ensino superior. O bloqueio de verbas inviabiliza que as universidades dêem conta de despesas como contas de água, luz, limpeza e segurança, além de bolsas, auxílio estudantil, equipamentos e insumos.
Diante desse quadro, da crise social e econômica e das ameaças golpistas de Bolsonaro, a campanha ‘Fora Bolsonaro’ fará mobilização unificada no dia 11 de agosto, Dia do Estudante. O Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da União Nacional dos Estudantes (UNE) aprovou a construção de grandes mobilizações pelo país nesta data. O SINTUFF desde já se soma a essas manifestações e convoca a categoria a participar do ato no Rio de Janeiro. O Comitê Fora Bolsonaro e Mourão de Niterói e São Gonçalo, do qual o SINTUFF faz parte, se reuniu recentemente e aprovou uma concentração nas Barcas, às 14 horas, para a manifestação no Rio no dia 11.
O Conselho Universitário (CUV) aprovou Moção em apoio às manifestações do dia 11 e incentivando a participação da comunidade universitária.
Para além do voto, é necessário retomar as ruas
Há uma grande expectativa em derrotar Bolsonaro nas urnas, seja no primeiro ou no segundo turno. Contudo, a crise social, as ameaças de golpe e a violência bolsonarista e da extrema-direita demandam ação imediata e uma ampla unidade de ação nas ruas contra a fome, o desemprego, o arrocho salarial e o autoritarismo.
Haverá reunião presencial do Comitê Fora Bolsonaro e Mourão no dia 10/8, às 18h, na sede do SINTUFF para organizar a mobilização dos atos dos dias 7 (Grito dos Excluídos) e 10 de setembro.
Derrotar as ameaças golpistas de Bolsonaro
Partido Liberal (PL) anunciou oficialmente Jair Bolsonaro (RJ) como candidato à reeleição à Presidência da República, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro (24/7). Os discursos na convenção eleitoral reacionária manifestavam a intenção de esconder a realidade do país, onde a população trabalhadora sofre com baixos salários, desemprego, enquanto supermercados vendem ossos, pé de galinha, soro de leite e outros alimentos de baixa qualidade para “substituir” a carne, o leite e outros alimentos necessários à subsistência.
Com dificuldades nas pesquisas, Bolsonaro reforçou, durante sua convenção eleitoral, a desconfiança das urnas eletrônicas e convocou manifestações de caráter golpista para o dia 7 de setembro. O presidente tenta justificar sua impopularidade e jogar o debate sobre a crise social para debaixo do tapete, com a alegação falaciosa que a derrota eleitoral que se aproxima seria um problema de fraude eletrônica. Bolsonaro e seus aliados tentam assim criar condições para um golpe, um plágio do que fez Donald Trump após a derrota para Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos.
A crise social do Brasil real
A retórica falaciosa do bolsonarismo afirmava que a retirada de direitos atrairia investimentos e melhoraria a vida do povo. As verdadeiras consequências dessa política são vivenciadas na atual crise econômica e social no país. Enquanto a população sofre com inflação, arrocho e congelamento salarial e sucateamento dos serviços públicos, as políticas ultraliberais garantem os lucros dos grandes empresários, dos banqueiros e do agronegócio. Além da fome e da miséria, a população pobre, negra, as mulheres, LGBTQIA+ e as pessoas com deficiência, se veem cada dia mais vulneráveis e vítimas da violência no campo e na cidade. Nas favelas e comunidades pobres do Rio de Janeiro, a política de operações policiais que resultam em chacinas se intensifica.
A violência bolsonarista e da extrema-direita se estende com ameaças nas redes sociais e crimes políticos. As mais recentes vítimas fatais foram o indigenista brasileiro Bruno Pereira, o jornalista britânico Dom Phillips e o dirigente petista Marcelo Arruda. É preciso dar uma resposta nas ruas em defesa de direitos, contra a violência e o autoritarismo dos bolsonaristas.
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